Urias lança “Diaba”, sua primeira música autoral

“Muito prazer, eu sou o oitavo pecado capital”, é assim que Urias se apresenta na sua primeira música autoral, lançada nessa terça-feira, dia 20/08.

Há pouco mais de um ano Urias se lançou no mercado audiovisual com uma versão de “Meu Mundo é de Barro”, do grupo O Rappa. Depois, a então cantora, continuou apostando em versões das canções como “Ice Princess”, da rapper norte-americana Azealia Banks e “Você me Vira a Cabeça”, da, eterna marrom, Alcione. Quando eu digo versões, eu me aproprio literalmente do termo, assim como Urias se apropria das músicas originais e consegue transformá-las pra si.

Com uma voz inconfundível e muita personalidade, Urias, transexual assumida publicamente, original de Uberlândia (MG), atinge nessa terça-feira (20/08) o patamar de lançar sua primeira música autoral, em todas as plataformas digitais, em parceria com Hodari, Gorky, Maffalda e Zebu, com produção da Brabo. “Diaba” fala justamente do papel no qual a sociedade coloca as pessoas trans, principalmente mulheres trans e travestis: o medo e estranheza que a figura trans causa na sociedade e, ao mesmo tempo, a violência pela qual as mulheres trans e travestis sofrem pela sociedade; ódio e violência, justamente, motivados pelo medo e não aceitação da figura trans. “Quis me empoderar do fato de que meu corpo é visto como a pior coisa que uma pessoa possa ser. Já que grande parte da sociedade me vê como uma coisa ruim, decidi ser a pior das coisas, a própria encarnação do mal com minha música”, desabafa a cantora, que participou do mais recente álbum da amiga Pabllo Vittar na faixa “Ouro”.

“Diaba” é ilustrada por uma capa (para o sigle) – assinada por Luiz Pereira [arte] e Luiz Filho [foto] – que mostra uma Urias forte, transparente, sensual e sem medo, capaz de dominar a sensação e sentimento de todos que a veem, “nesta, por exemplo, a gente colocou um tom de mistério e perigo. Amei o resultado e acredito que vou ficar nessa vibe por um bom tempo”, revela Urias.

Como se já não fosse impacto suficiente pra uma estreia autoral, o clipe é uma verdadeira obra de arte e tem tudo que a gente adora: afronto, poder, beleza e coreô. Lançado no mesmo dia que a faixa digital, o vídeo tem direção de João Monteiro e produção do coletivo UMANA. No filme, Urias demonstra toda a força que a diaba dentro dela tem em causar prazer, ódio, curiosidade e repulsa, tudo isso um único corpo; na verdade, tudo isso, em um único preconceito: o preconceito ignorante que a nossa sociedade hipócrita teima em não aceitar a liberdade do próximo.

“Estou muito orgulhosa, e sinceramente até surpresa com o trabalho que desenvolvemos com esse primeiro single e com o EP inteiro [que será lançado ainda esse ano]. Deixando a modéstia de lado, acredito que com esse primeiro álbum, eu consiga mostrar uma pequena parcela do que sou capaz e de onde quero, posso e vou chegar” afirma a artista. Levando-se em conta que as principais influências da cantora são o rap, R&B e divas do pop, acredito que podemos esperar muitos mais impactos, como o que “Diaba” causou. “Trago muito de Rihanna e Lady Gaga. Fui criada pelo pop, não posso nem quero negar”, finaliza Urias.

Vino

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Arquiteto, DJ, VJ, Produtor de Eventos e redator colaborador de conteúdos sobre diversidade LGBTI+ do portal Pheeno.com.br! #MandaAssunto

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