Primeira mulher trans do Brasil a assumir uma vaga na Guarda Civil denuncia transfobia em Recife
Natural de Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife, Abby Moreira é a primeira mulher trans do Brasil a assumir uma vaga em uma Guarda Civil Municipal. Contudo, a funcionária afirma que vem sofrendo violências transfóbicas desde que entrou na Guarda, há cinco anos. Com informações do BdF Pernambuco.
Segundo Abby, além do corte de gratificações salariais, houve uma articulação feita pelo comandante, Admilson de Freitas, que provocou o afastamento dela do trabalho. A guarda afirma que após diversos afastamentos e uma internação, devido a problemas de saúde, a junta médica de Jaboatão solicitou, através do pedido do psiquiatra que a acompanha, uma readaptação de função para a área administrativa como tentativa de solução para o prosseguimento do trabalho. No entanto, de acordo com Abby, ao invés da readaptação, houve uma transferência de setor, ocasionando na impossibilidade de trabalhar e, assim, no afastamento do cargo.
“A minha presença não justificaria o afastamento de nenhum servidor das áreas administrativas para qual eu fui designada, pois os mesmos serviriam de tutor para mim. Sem justificativa, o comandante pegou a portaria e fez um despacho a caneta. Me jogou para outra secretaria, a de trânsito, onde não existe vaga administrativa para mim, pois todo setor administrativo do trânsito só pode ser feito por servidores concursados do setor”, afirma.
Abby comenta que as perseguições começaram depois de seis meses de atuação na Guarda. “Nunca sofri ataque direto, exceto os olhares condenatórios, pessoas se negando a trabalhar comigo…. Isso eu vivenciei desde que entrei na guarda”, relembra. Ela pretende protocolar uma denúncia ao Ministério Público de Jaboatão dos Guararapes contra o comandante, alegando transfobia.