Casos de homofobia no futebol superam denúncias de injúria racial, diz Superior Tribunal de Justiça Desportiva

Os processos por homofobia no futebol superam os de injúria racial pela primeira vez desde 2004, quando teve início a série histórica. O levantamento feito pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) revela que entre janeiro e julho de 2022 houve um aumento nos processos envolvendo cânticos e xingamentos homofóbicos partindo das arquibancadas. Foram oito, enquanto por injúria racial foram três.

Seis processos resultaram em multas para os clubes com valores que variam entre R$10 mil e R$50 mil. Outros dois seguem em andamento. A pesquisa feita pelo STJD não chega a surpreender quando comparados ao relatório apresentado pelo Coletivo de Torcidas Canarinho LGBTQ+. O anuário do Observatório de LGBTfobia no futebol brasileiro expôs 62 casos entre 2020 e 2021. O relatório inclui além dos xingamentos e cânticos, comentários ofensivos nas redes sociais.

Segundo o coordenador do Centro de Promoção e Defesa dos Direitos LGBTQIAPN+, Renildo Barbosa, o principal objetivo é alertar os órgãos da Justiça para que as denúncias sejam investigadas e as punições sejam devidamente aplicadas. “Vamos enviar oficio ao Ministério Público, Defensoria e Conselho Nacional de Justiça para que se mantenham vigilantes e façam cumprir a Lei sempre que o esporte for usado como palco para atos LGBTfóbicos. Esporte preconiza união, democracia, educação e sociabilidade. Não existe espaço para preconceito e discriminação”, afirmou Renildo.

Clubes como Corinthians, Paysandu e Cruzeiro já sofreram punições do STJD por conta de atitudes homofóbicas partindo das arquibancadas. A equipe mineira, por exemplo, foi obrigada a postar nas redes cartilhas educativas sobre o combate a LGBTfobia e promover reuniões de conscientização com torcidas organizadas, além de usar braçadeira de capitão com as cores do arco-íris dentro de campo.

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Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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