Novo estudo aponta que nove em cada 10 jovens LGBTQIA+ estão insatisfeitos com o próprio corpo
Um novo estudo sugere que a maioria dos jovens LGBTQIA+ estão extremamente insatisfeitos com os próprios corpos. Cerca de 34.000 membros da comunidade participaram do estudo norte-americano “LGBTQ Youth and Body Dissatisfaction do The Trevor Project “, que constatou que 87% deles estão insatisfeitos com seus corpos.
De forma alarmante, o novo estudo revelou que aqueles que relataram insatisfação corporal eram significativamente mais propensos a tentar o suicídio – 48% no ano passado, com 61% relatando incidentes de automutilação. Sintomas de depressão, segundo os resultados, corresponderam aos insatisfeitos. O estudo também descobriu que a insatisfação das pessoas trans e não binárias provavelmente é maior do que outras pessoas queer. Dividindo os dados por idade, 88% dos jovens LGBTQIA+ de 13 a 17 anos relataram não gostar de seus corpos, em comparação com 84% dos jovens de 18 a 24 anos.
Em resposta às descobertas, o diretor de pesquisa científica, Myeshia Price, adverte que a sociedade é culpada pelos desejos dos jovens de serem fisicamente perfeitos. “Essas descobertas ressaltam que a esmagadora maioria dos jovens LGBTQIA+ lutam com a insatisfação corporal, algo que pode afetar gravemente sua saúde mental e contribuir para maiores chances de tentativa de suicídio”, ressalta Price. “Devemos fazer um trabalho melhor centrando a aceitação do corpo e estilos de vida saudáveis, em vez de encorajar os jovens a alcançar um certa aparência física”, explica ele.
O estudo continua observando pesquisas que mostram que o cuidado de afirmação de gênero tem um resultado positivo em pessoas não binárias e trans. Um estudo do New England Journal of Medicine, dos Estados Unidos, avaliou 315 jovens transgêneros entre 12 e 20 anos, com média de 16 anos. Cientistas acompanharam os jovens por dois anos enquanto eles eram tratados com terapia hormonal. Os resultados da pesquisa, publicados em janeiro de 2023, mostraram que os participantes relataram um aumento nas emoções positivas, satisfação com a vida e melhora da autoconfiança.