Monique Evans e Cacá Werneck se casam em cerimônia evangélica celebrada por pastor gay
Juntas há quase 10 anos, Monique Evans e a DJ Cacá Werneck subirão ao altar para celebrar a união! No entanto, como se tratam de duas mulheres lésbicas, elas não poderiam se casar em qualquer igreja evangélica, religião adotada por Monique. Por isso, a cerimônia que acontece nesta quinta-feira (16/05) será realizada pelo pastor gay Marcos Gladstone, que há 17 anos fundou uma igreja inclusiva.
Os detalhes da cerimônia estão sendo guardados a sete chaves. O que se sabe até o momento é que o casamento acontecerá no sítio Além do Sonho Eventos, em Guaratiba, Zona Oeste do Rio de Janeiro e terá mais de 200 convidados confirmados na lista. Além disso, Bárbara Evans, filha mais nova de Monique, será quem a acompanhará até o altar.
Já a escolha de Gladstone para celebrar não foi por acaso. De acordo com o pastor, Monique começou a frequentar sua igreja inclusiva há cerca de sete anos. Neste período desenvolveram uma amizade. “Monique tem uma história com a gente desde 2017, quando ela se aproximou muito. Como ela tinha se tornado evangélica e vivia em uma relação homoafetiva, creio que ela quis se aproximar de igrejas que a acolhessem”, disse Gladstone em entrevista ao portal Terra.
Por mais que realize cerca de 20 cerimônias homoafetivas por ano, o pastor considera que o casamento de Monique vai ser especial, pois conhece de perto a história de amor da modelo com Cacá. Segundo Gladstone, o casal se casar no religioso e no civil. “Apesar de ser muito importante o reconhecimento legal de uma união, a gente fazer isso diante da nossa fé é muito importante”, opina o pastor.
Também integrante da comunidade LGBTQIAPN+, Gladstone fundou com seu marido, Fábio Inácio, a Igreja Contemporânea, que também tem por objetivo uma pregação mais inclusiva para diversos grupos. Os dois são casados no civil e adotaram quatro crianças. “A igreja não me dava as respostas devidas para a minha orientação afetiva sexual. Quando falei para o meu pastor ‘sou gay’, ele me disse para arranjar uma namorada e casar, porque isso era apenas um momento. Já estava quase me casando, estava há cinco anos noivo e estava vendo que nunca ia deixar de ser quem eu era”, relembra.
Ao longo dos quase 20 anos de existência, apesar dos avanços, a Igreja Contemporânea já sofreu diversos ataques LGBTfóbicos. “São muitos ataques todos os dias, não tem um dia que não tenha comentários terríveis no meu Instagram. Já jogaram uma bomba na Igreja de Madureira, porque era do lado de uma igreja bem grande da Assembleia de Deus, então passavam evangélicos bem conservadores por lá”, conta.