“Sou travesti, sou trans, Deus me fez assim para ensinar amor”, dispara Maya Massafera
Maya Massafera abriu o seu coração em uma carta aberta em um post no Instagram. A influenciadora contou que sofreu transfobia durante seu processo e que teve que ter muita paciência no seu para explicar aos médicos mais experientes do país que não tinham conhecimento do processo de transição.
“Em toda minha transição, eu nunca imaginei que o mais difícil seriam os hormônios. Um médico me explicou que é a sensação de uma mulher grávida + TPM + menopausa. Tudo misturado x 1.000. Tomo bloqueadores, injeções, comprimidos. Falamos muito e temos estudos sobre tantas coisas da medicina, mas sobre transição não é tão simples. Fui em médicos, tidos como ‘os melhores’ que não tinha conhecimento nenhum. Muitas vezes praticavam falas absurdas e transfóbicas e eu com muita paciência ainda ensinava a pessoa”, desabafou ela.
Na sequência, Maya falou sobre os comentários sobre a sua aparência. “Muitos falam que tenho que fazer ‘tal coisa’ senão vou ficar parecendo travesti. Meu amor, eu sou travesti, eu sou trans. Tá tudo bem eu parecer o que eu sou! Temos indígenas, negras, loiras, temos diversos tipos de mulheres e eu sou uma delas. Sou trans. Tudo bem eu parecer trans. Isso não me faz menos e nem mais mulher. ‘Você não tem útero’. Oxi, quantas mulheres nasceram sem útero?! Nem todas mulheres têm 10 dedos. Nem todas mulheres têm mão, nenhuma mulher é igual a outra! Somos todas únicas. Minha alma é de mulher! Deus me fez assim para eu ensinar amor e respeito para muitas pessoas”, continuou.
Maya ainda levanta a bandeira da comunidade trans e diz que as pessoas têm que cobrar os políticos para que a dignidade não seja baseada em preconceito. “Nossa luta diária de mulheres trans é uma extensão das lutas históricas contra racismo e colonização, entre muitas outras. Muitos se incomodam por não estar militando 24h por dia e estar postando looks caros. Te incomoda? Eu ser uma mulher trans com esses looks caros e não estar no lugar de marginalização que você quer me colocar? Te incomoda uma mulher trans ter esses privilégios? Temos que cobrar dos nossos políticos! A dignidade e os direitos humanos não devem ser limitados por preconceitos. Ser mulher não é fácil, ser mulher trans é mais difícil ainda. Mas como é prazeroso”, finalizou.