Faxinas, consertos e sexo: reportagem expõe nova tendência em apps de pegação gay

Uma reportagem especial do UOL trouxe à tona uma prática que vem ganhando espaço em aplicativos de relacionamento gay, como o Grindr. Homens têm utilizado essas plataformas para oferecer serviços diversos, como faxina, consertos elétricos, pintura e transporte particular, com um diferencial: alguns incluem a oferta de sexo como parte do pacote ou como um “brinde” extra, dependendo da negociação com o cliente.

A publicação identificou vários perfis no Grindr que disponibilizam esses serviços, com a descrição de atividades profissionais na bio e a possibilidade de negociação de valores e pacotes diretamente com os clientes interessados. A reportagem conversou com quatro profissionais que atuam em cidades como São Paulo, Guarulhos e Jundiaí, no estado de São Paulo. A diversidade é evidente, já que os trabalhadores variam em termos de orientação sexual, e nem todos são homossexuais. Um exemplo curioso foi o anúncio de um motorista que, ao ser questionado sobre o valor de uma corrida, comentou que a “mamada vai de brinde”, mas logo após completou: “não faço”.

O UOL destacou o depoimento de D.C.S., um inspetor de limpeza de 28 anos que, apesar de ser gay assumido, prefere manter o anonimato por medo de represálias e perda de emprego. Ele cobra entre R$ 150 e R$ 250 por faxinas, porém, dependendo do interesse do cliente, o preço pode chegar a R$ 400, caso haja a inclusão de sexo. “Foi uma forma de juntar o útil ao agradável”, disse D.C.S., que passou a divulgar seus serviços no Grindr após um período de desemprego. Para ele, é uma maneira de ser compensado pelo que antes fazia de graça, além de atender a fetiches específicos de alguns clientes.

Especialistas consultados pela reportagem analisaram o fenômeno. O psicólogo Daniel Fernandes associou o aumento dessa prática a mudanças socioculturais e econômicas, ressaltando que o consumo de sexo como produto tornou-se mais comum. Márcio Stival, advogado especializado em Direito Digital, destacou que, em princípio, a prática não é ilegal, desde que envolva maiores de idade e não configure exploração sexual. No entanto, ele alertou que os próprios aplicativos podem criar regras para regular essas ofertas.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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