Psicoterapeuta americano que defendia direitos LGBTQIAPN+ é encontrado morto em Cuiabá

Na última sexta-feira (29/12), o psicoterapeuta americano Andrew Thomas Cicchetti, de 59 anos, foi encontrado morto em seu apartamento, localizado no Centro de Cuiabá (MT). Conhecido por sua luta em defesa de homens vítimas de violência doméstica em relações homoafetivas, Andrew morava na cidade desde 2012 e não possuía familiares no Brasil. A Polícia Civil informou que ele foi encontrado sobre a cama, com lesões aparentes pelo corpo, embora a causa da morte ainda não tenha sido determinada.

De acordo com a Polícia Militar, a descoberta do corpo ocorreu após uma vizinha acionar os policiais, preocupada com o desaparecimento de Andrew. O alerta foi dado depois que um pet shop entrou em contato com ela, buscando por Cicchetti, já que ele não retornou para buscar seus dois cachorros. Ao chegar no local, equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) confirmaram o falecimento, e a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foi acionada para investigar as circunstâncias da morte. Por ser um estrangeiro sem familiares no país, a Polícia Federal também foi informada sobre o caso.

Andrew Cicchetti ganhou notoriedade por sua atuação em defesa dos direitos da comunidade LGBTQIAPN+ e, especialmente, na luta contra a violência doméstica. Ele próprio havia sido vítima de abuso psicológico, físico e patrimonial, o que o motivou a se especializar no atendimento a homens em situações semelhantes. Com o tempo, Cicchetti se tornou uma referência ao apoiar publicamente a criação de leis que garantissem proteção para homens gays em contextos de violência doméstica, análogas à Lei Maria da Penha. Nas redes sociais, ele compartilhava frequentemente seu ativismo, oferecendo suporte emocional e psicológico a aqueles que viviam em circunstâncias de abuso.

Seu trabalho incansável na luta contra a violência doméstica e a busca por justiça para os homens vítimas de abuso deixa um legado importante, agora interrompido pela sua morte prematura. A investigação sobre as causas e circunstâncias do falecimento segue em andamento, e novas informações devem ser divulgadas conforme o andamento do caso.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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