PM condenado por matar homem gay continua recebendo salário enquanto cumpre pena

O cabo da Polícia Militar de São Paulo, Renato Tavares Rocha, condenado a 12 anos de prisão pelo assassinato de Silvio Ferreira Coelho, de 47 anos, segue recebendo seu salário como servidor público. De acordo com o Portal da Transparência do governo de São Paulo, em janeiro de 2023, Renato recebeu R$ 5.349,34, mesmo estando preso no Presídio Militar Romão Gomes desde o mês em que cometeu o crime. A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou que o cabo responde a um processo regular, que pode resultar em sua demissão, mas, até o momento, ele mantém seu vínculo com a corporação.

O crime ocorreu em janeiro de 2023, no bairro do Capão Redondo, zona sul de São Paulo. Silvio, que era gay e conhecido na região por seu jeito alegre e dançante, foi atingido por um tiro no rosto disparado por Renato, que estava de folga no momento. Segundo testemunhas e a denúncia do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), o policial sacou sua arma, atirou na vítima e continuou comendo seu lanche, demonstrando total indiferença. Silvio foi levado ao Hospital do Campo Limpo, mas não resistiu aos ferimentos e morreu minutos após a chegada.

O caso foi julgado pelo Tribunal do Júri no dia 18 de fevereiro, e os jurados entenderam que Renato cometeu homicídio qualificado pelo uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. A promotora Luciana André Jordão Dias, responsável pela acusação, destacou que o crime teve motivação homofóbica, já que Renato teria se sentido incomodado com a presença de um homem gay dançando alegremente próximo a ele. “É certo que o crime foi cometido por motivo torpe, pois o denunciado matou a vítima por se tratar de homossexual que estava dançando próximo a ele, o que o incomodou. Vil e repugnante, portanto, a motivação”, escreveu a promotora. No entanto, o júri não reconheceu a homofobia como agravante, o que gerou indignação entre ativistas e defensores dos direitos LGBTQIAPN+.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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