Após críticas, produção de “Geni e o Zepelim” escala atriz trans Ayla Gabriela como protagonista

Após a repercussão negativa pela escolha de uma atriz cisgênero para interpretar Geni, a personagem-título do filme Geni e o Zepelim, a produção do longa decidiu escutar as críticas e reformular o projeto. A atriz, cineasta, dançarina e performer transexual Ayla Gabriela foi oficialmente escalada para dar vida à icônica personagem, em uma decisão confirmada pela produtora Migdal Filmes. Com direção e roteiro de Anna Muylaert e produção de Iafa Britz, o filme é inspirado na canção homônima de Chico Buarque e reconta a história de Geni, uma travesti que enfrenta o preconceito enquanto é amada pelos marginalizados e rejeitada pela sociedade.

Ayla Gabriela tem se destacado como uma das vozes trans potentes da cena artística contemporânea. Com um trabalho voltado à pesquisa do corpo e da presença, iniciou sua trajetória no teatro com Dani Visco e, nos últimos anos, aprofundou sua formação ao lado da renomada coreógrafa Lia Rodrigues. No cinema, protagonizou o premiado Pássaro Memória, de Leonardo Martinelli, exibido no Festival de Locarno, e também dirigiu e atuou no curta A corpa fala (2020), obra sensível sobre vivências trans e travestis.

As filmagens de Geni e o Zepelim têm início já na próxima semana, no estado do Acre, com locações em Cruzeiro do Sul. O filme promete trazer à tona uma abordagem mais sensível e coerente com a complexidade da personagem criada por Chico Buarque, agora interpretada por uma artista que carrega essa vivência em sua própria pele.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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