Ator da Globo conta que largou igreja após pai se declarar gay: “Foi muito impactante e necessário”

Durante uma conversa emocionante no podcast Retrato Gravado, o ator Gabriel Stauffer abriu o coração ao relembrar momentos marcantes de sua trajetória familiar e espiritual. Conhecido do grande público por interpretar Gustavo na primeira fase de Pantanal (2022) e também por seu papel em A Força do Querer (2017), o artista surpreendeu ao falar com franqueza sobre o impacto que a homossexualidade do pai teve em sua vida. Criado desde a infância dentro da Igreja Presbiteriana de Curitiba, sua cidade natal, Gabriel contou que viveu profundamente a realidade evangélica até os 20 anos — mas que tudo mudou após uma revelação familiar transformadora.

O ponto de virada aconteceu em 2017, quando seu pai, o jornalista Sérgio Wesley, passou por uma cirurgia quase fatal e decidiu assumir sua orientação sexual para os filhos. “Fiquei muito confuso. Como um Deus — pai de todos — poderia preparar um inferno para o meu pai? Como que eu vou acreditar num Deus que preparou um lugar para o meu pai e mais um monte de gente ser chicoteada pela eternidade?”, refletiu. A partir desse momento, o ator se afastou da igreja e passou a repensar completamente suas crenças: “Prefiro amar incondicionalmente meu pai do jeito que ele é”.

Hoje, Gabriel afirma que sua família continua unida e em harmonia. O pai vive um relacionamento com outro homem, e todos convivem de maneira saudável. “Foi muito impactante pra mim e importante também. Hoje fico feliz e grato pelo meu pai ter contado isso pra gente, ter conseguido falar. Para um homem, numa sociedade que Foi muito impactante pra mim e importante também. Hoje fico feliz e grato pelo meu pai ter contado isso pra gente, ter conseguido falar. Para um homem, numa sociedade que a gente vive, que ainda é machista e tem muito preconceito, um homem mais velho conseguir falar isso pra mulher, para os filhos, pra sociedade, acho que muito especial e necessário”, destacou.

Transformando dor e afeto em criação, Gabriel revelou que já está escrevendo um livro sobre sua história e pretende adaptá-lo também para um monólogo. “Acho que espiritualidade é diferente de religião e é uma busca individual. Eu continuo orando, pedindo, vibrando, me relacionando com um deus, porque preciso disso (Deve ser o sol na casa 12). Mas um Deus que é diferente daquele que aprendi dentro da igreja”, concluiu.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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