Pepita se emociona ao relatar transfobia sofrida ao buscar babá para o filho: “Sete dias sem falar”
Convidada do videocast Desculpa Alguma Coisa, comandado por Tati Bernardi no Canal UOL, Pepita emocionou o público ao relatar episódios de transfobia que enfrentou ao procurar uma rede de apoio para o filho. Durante a entrevista, a artista revelou que o preconceito de algumas candidatas à vaga de babá a abalou profundamente, a ponto de ficar sete dias sem conseguir falar.
“Liguei pra uma senhora que eu tinha amado, e ela disse que conversou com o filho e com o marido, e que nunca ia poder trabalhar na casa de um homem que quer ser mãe”, contou Pepita, visivelmente emocionada. A artista explicou que estava em um momento crucial de sua vida: precisava voltar ao trabalho e garantir estabilidade para a criação do filho. No entanto, encontrou barreiras dolorosas, alimentadas pela transfobia e pela ignorância. “A maioria fazia a pergunta: ‘A mãe dele não vai descer?’”, lembrou, ao falar sobre como a sua maternidade era constantemente colocada em dúvida.
Além da dor no âmbito pessoal, Pepita também relatou outro caso de transfobia, desta vez nas redes sociais. Após estrelar uma campanha de Dia das Mães, a cantora foi atacada por uma mulher que afirmou nos comentários que ela havia “comprado” o filho. A resposta da artista foi direta: “Essa história vai até o fim”. A mulher, que mora no exterior, tentou se justificar com vitimismo, mas Pepita garantiu que a justiça foi feita — e o valor da indenização será doado integralmente à Casa Neon Cunha, instituição que acolhe mulheres trans e travestis em São Paulo.
O desabafo potente de Pepita expõe não apenas o preconceito enfrentado por mães trans, mas também a força e resiliência com que seguem construindo suas famílias. Ao compartilhar suas dores e conquistas, a artista não apenas amplia o debate sobre a parentalidade trans, mas também reafirma seu compromisso com a coletividade. “Eu sou mãe, ele é meu filho”, reforçou. E essa verdade, nenhuma transfobia é capaz de apagar.