RJ: Vídeos mostram supostos policiais cobrando propina de homens nus, flagrados no Arpoador
Dois vídeos que circulam no X (antigo Twitter) têm movimentado a rede social ao flagrar abordagens de supostos policiais a um grupo de homens gays na Pedra do Arpoador, na zona sul do Rio de Janeiro. Nos registros, é possível ver alguns dos frequentadores completamente nus enquanto são abordados pelos agentes. Segundo relatos de quem presenciou a cena, os supostos policiais estariam exigindo pagamentos via Pix para liberar os homens abordados — o que muitos fazem imediatamente, mostrando os comprovantes.
Em um dos vídeos, gravado de longe, um homem comenta em tom de alívio: “O Arpoador não é mais seguro… Caramba, eu saí na hora certa”, enquanto registra a ação de um grupo de agentes abordando diversos homens no local. Já no segundo vídeo, é possível ver um dos homens mostrando uma transferência Pix, supostamente feita para um dos agentes. “Oh… é para isso que eles descem. Mostrando o comprovante do pix, contando dinheiro para pagar… é só propina que eles querem”, narra o rapaz que grava. Em seguida, é possível ouvir gritos de “libera” vindos de outros presentes no local.
A prática de sexo em local público é considerada crime de ato obsceno, conforme o artigo 233 do Código Penal, com pena de detenção de três meses a um ano, ou multa. No entanto, as imagens também expõem uma situação ainda mais grave: a suposta cobrança de propina por parte dos agentes. Segundo o artigo 317 do Código Penal, corrupção passiva — solicitar ou receber vantagem indevida em razão da função pública — é crime com pena prevista de 2 a 12 anos de reclusão, além de multa. A pena pode ser aumentada em até um terço, caso o servidor use a função para coagir ou se omitir de forma deliberada.