Governo Trump encerra programa de US$ 258 milhões que buscava vacina contra HIV

Em uma decisão que gerou forte reação da comunidade científica e de saúde pública, o governo de Donald Trump encerrou um programa essencial de US$ 258 milhões destinado ao desenvolvimento de uma vacina contra o HIV. O cancelamento foi comunicado por autoridades do NIH (Instituto Nacional de Saúde) dos EUA aos líderes do consórcio de pesquisa, formado por especialistas da Universidade Duke e do Scripps Research Institute. O grupo vinha conduzindo projetos inovadores não apenas contra o HIV, mas também voltados para a covid-19 e doenças autoimunes.

“O consórcio foi revisado pela liderança do NIH, que não apoiou sua continuidade”, afirmou um funcionário ao The New York Times. O golpe é particularmente sentido por pesquisadores como o imunologista Dennis Burton, do Scripps, que classificou a decisão como “profundamente decepcionante”. Além do fim do consórcio, o NIH também suspendeu o financiamento de um estudo clínico promissor de uma vacina contra HIV desenvolvida pela Moderna. Segundo o instituto, a estratégia agora é mudar o foco para o uso de métodos já disponíveis para eliminar a doença — o que, para muitos especialistas, ignora a importância do avanço científico contínuo.

A decisão faz parte de uma série de cortes que têm desmantelado a infraestrutura de resposta à epidemia de HIV nos Estados Unidos e em países em desenvolvimento. Em janeiro, o governo Trump também interrompeu o fornecimento de medicamentos essenciais contra HIV, malária e tuberculose, além de cortar suprimentos médicos voltados para recém-nascidos, em países que recebem apoio da USAID (Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional). O governo ainda cancelou financiamentos voltados à PrEP (profilaxia pré-exposição) e extinguiu a divisão de prevenção ao HIV do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), que coordenava esforços estaduais de combate à infecção.

Outro impacto global significativo foi a saída dos EUA da Organização Mundial da Saúde (OMS), anunciada por Trump no seu primeiro dia de mandato. Os Estados Unidos eram os maiores financiadores da agência, respondendo por 75% do programa voltado ao HIV e a outras ISTs, além de mais da metade dos recursos usados no combate à tuberculose.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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