Thalita Zampirolli será a primeira mulher trans como rainha de bateria no Grupo Especial do Rio
O destino pode até ser imprevisível, mas às vezes ele reserva reviravoltas dignas de enredo campeão. Após ter sido destronada da Unidos de Padre Miguel em pleno anúncio da subida ao Grupo Especial, Thalita Zampirolli não só superou a decepção como virou o jogo com brilho e representatividade.
A atriz e empresária será coroada rainha de bateria da Acadêmicos de Niterói, escola vencedora da Série Ouro, que debutará em 2025 na elite do carnaval carioca. Com isso, Zampirolli crava seu nome na história como a primeira mulher trans a ocupar o posto mais cobiçado da folia na Marquês de Sapucaí.
O anúncio oficial ainda não foi feito pela agremiação, mas Thalita já tratou de dar um spoiler em suas redes sociais: “Meu coração agora é todo azul e branco”, escreveu, em referência às cores da escola de Niterói. Ela assume o lugar de Monique Rizzeto, que viveu situação semelhante à da nova rainha — foi retirada do cargo logo após o título da escola. Antes de fechar com Thalita, a vaga chegou a ser negociada com Raissa Machado, ex-rainha da Viradouro, por valores na casa dos R$ 500 mil. Zampirolli, no entanto, teria fechado o posto por R$ 300 mil, segundo fontes ligadas à escola.
Com passarela, samba no pé e resistência, Thalita herda um legado que começou há 49 anos, quando a icônica Eloína desfilou à frente da bateria da Beija-Flor em 1976, convidada por Joãosinho Trinta. Desde então, o espaço da mulher trans no carnaval foi duramente disputado — muitas vezes com exclusão e preconceito.