Aos 92 anos, Tiana é reconhecida como a travesti mais velha do Brasil e pode entrar para o Guinness

Aos 92 anos, Tiana, mulher preta e travesti de Governador Valadares (MG), carrega em seu corpo a memória viva de um Brasil que insiste em excluir, mas que também revela histórias de resistência potentes como a sua. Primeira travesti visível de sua cidade, ela enfrentou uma vida marcada por preconceito, violência familiar e invisibilidade social. Para sobreviver, trabalhou como lavadeira e faxineira, sendo alvo constante de abusos dos próprios irmãos, tanto físicos quanto financeiros.

Mesmo diante de tantas dores, Tiana resistiu. Enfrentou os horrores da ditadura militar, viveu décadas sob o peso da transfobia estrutural e chegou a uma idade que poucas travestis no Brasil alcançam — a expectativa de vida média para essa população é de apenas 35 anos. Seu feito é tão extraordinário que uma pesquisa está em andamento para que seu nome seja registrado no Guinness Book como a mulher trans mais velha do mundo, segundo informou o portal @d4entreamigxs.

Tiana é muito mais do que um número ou estatística: ela é símbolo da força das mulheres trans negras brasileiras. Sua existência desafia a lógica da exclusão e afirma, com coragem e dignidade, que essas histórias merecem ser contadas, celebradas e reconhecidas.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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