Ativista trans é atacada com mata-leão e se joga em córrego para escapar da morte em SP

A ativista trans Duda Negretto, de 46 anos, sofreu uma tentativa brutal de assassinato na noite da última quarta-feira (16/07), em Araras, interior de São Paulo. Segundo o boletim de ocorrência, Duda foi surpreendida por um homem desconhecido enquanto voltava para casa pela Avenida Dona Renata, via que ela costuma utilizar diariamente. O agressor a estrangulou com um golpe de mata-leão, a ponto de fazê-la desmaiar e perder três dentes.

“Ele me falava que ia me matar e que não ia sair viva. Nunca vi esse homem. Não tentou me abusar sexualmente, nem me roubou, foi uma tentativa de assassinato”, contou Duda à EPTV, afiliada da TV Globo. Para escapar da violência, Duda se jogou no córrego Facão e atravessou o leito d’água mesmo ferida. O homem ainda pulou atrás dela, tentando enforcá-la novamente. Gritando por socorro, ela conseguiu atrair a atenção de pessoas próximas, fazendo com que o agressor fugisse. O crime aconteceu por volta das 22h30, nas proximidades do pontilhão da Rodovia Anhanguera.

Segundo relato do advogado da vítima, o homem passou por ela três vezes antes do ataque e usava pronomes masculinos para se referir à ativista. “Ele falava com ela no pronome masculino, dizendo que ‘ele era uma desgraça’ e que ia morrer. Apertou o pescoço até desmaiar, ele pensou que ela tivesse morrido. Acreditamos que foi motivado por transfobia”, reforçou o advogado Lucas Roberto Silva.

Duda foi levada ao Hospital São Leopoldo Mandic, onde recebeu pontos no queixo e foi medicada. No entanto, segundo seu advogado, o hospital não solicitou exame de corpo de delito, o que deve ser regularizado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), que vai oficiar a unidade para apresentar a ficha de atendimento. Em nota, o hospital alegou que seguiu os protocolos estabelecidos para casos de violência e afirmou estar à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.

O caso foi registrado como tentativa de homicídio e segue sendo investigado pela Polícia Civil, que deve solicitar imagens de câmeras de segurança da região. Até o momento, ninguém foi preso. Duda acredita que o crime foi motivado por transfobia e, mesmo abalada, afirma que vai lutar por justiça.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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