Fotógrafo é espancado após sair de boate em SP; agressores seriam mais de 10 e motivação seria homofobia

Um brutal ataque a um homem gay está sendo investigado pela Polícia Civil de Bauru (SP) como tentativa de latrocínio, com indícios claros de motivação homofóbica. O fotógrafo Bruno Unikowsky, de 35 anos, foi agredido violentamente por um grupo com mais de dez pessoas na madrugada deste domingo (14/07), logo após sair de uma boate na Avenida Getúlio Vargas. Natural de Porto Alegre (RS), Bruno estava na cidade visitando o irmão e teve que ser socorrido ao Hospital de Base local com diversas lesões, incluindo duas costelas fraturadas.

Segundo relato da própria vítima à polícia, a agressão começou após ele ser alvo de insultos homofóbicos por um grupo que estava dentro de uma caminhonete estacionada em frente à casa noturna. Ao tentar recuperar objetos pessoais levados por um dos envolvidos — como o celular —, Bruno foi brutalmente espancado com socos e chutes. A suspeita é de que o crime tenha sido motivado tanto por preconceito quanto pela tentativa de roubo de seus pertences. Durante a confusão, ele conseguiu arrancar a placa do veículo usado pelos agressores, que seria da cidade de Marília. O irmão da vítima entregou o item à Polícia Civil, que agora investiga o caso com base nesse elemento.

A ocorrência foi registrada como tentativa de latrocínio, crime considerado grave e que prevê penas severas. Em entrevista à TV TEM, o presidente da Comissão de Diversidade Sexual e Gênero da OAB de Bauru, Antônio Marcos Orletti, informou que a entidade acompanha de perto o caso e vai oficiar o Departamento de Polícia Judiciária do Interior (Deinter) para solicitar acesso ao inquérito. “A tipificação aqui foi enquadrada como uma tentativa de latrocínio, que é um dos crimes contra o patrimônio. Então a autoridade policial é quem tem competência para investigar, pedir todas as diligências e dar um andamento célere para o caso do Bruno”, destacou o advogado.

A comissão da OAB também deve observar se a qualificadora de crime de ódio será aplicada, o que pode agravar ainda mais a pena dos envolvidos. “Existem as qualificadoras pela questão do preconceito, então é um tipo de qualificadora que aumenta a possível pena para serem condenados, além também da participação de três ou mais pessoas”, explicou Orletti. Enquanto isso, Bruno segue se recuperando dos ferimentos, e o caso se soma a uma série de episódios violentos que escancaram os riscos enfrentados diariamente por pessoas LGBTQIA+ no Brasil. A Polícia Civil segue colhendo depoimentos e analisando imagens e pistas que possam levar à identificação dos agressores.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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