Polícia conclui que adolescente Fernando Vilaça foi morto por motivação homofóbica em Manaus

A Polícia Civil do Amazonas concluiu as investigações sobre a morte do adolescente Fernando Vilaça, de 17 anos, e confirmou que a motivação do crime foi homofobia. De acordo com o delegado-geral adjunto da PC-AM, Guilherme Torres, o jovem foi alvo de injúrias preconceituosas antes de ser brutalmente agredido na Rua Três Poderes, bairro Gilberto Mestrinho, Zona Leste de Manaus, no dia 2 de junho. A vítima chegou a ser socorrida, mas faleceu três dias depois, em 5 de junho, no Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio.

Em coletiva de imprensa realizada na sede da Delegacia Geral, Torres detalhou que Fernando, cansado das constantes ofensas, procurou os agressores para questioná-los sobre a motivação das injúrias, quando foi atacado. “Nas investigações se apura que a vítima foi alvo de várias injúrias preconceituosas com relação à sua possível opção sexual [sic], não obstante a família, nem a própria vítima, nunca terem falado dessa questão”, disse o delegado, ressaltando que, mesmo com a negativa dos suspeitos, a polícia encontrou elementos que confirmam a motivação homofóbica.

Dois adolescentes foram apreendidos pela Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (Deaai), suspeitos de envolvimento no crime. O primeiro, de 16 anos, foi apreendido no dia 9 de julho. O segundo, de 17, foi localizado na terça-feira (15/07). Segundo a polícia, os dois são primos e possuem histórico de comportamento agressivo. Um deles, inclusive, já havia sido expulso da escola onde Fernando estudava, por má conduta.

O advogado da família, Alexandre Torres, usou as redes sociais para informar sobre o avanço nas investigações e reiterar que o assassinato teve motivação homofóbica. “Esta defesa segue incansavelmente propondo diligências nas investigações para que os fatos sejam inteiramente elucidados e que esses agressores sejam mantidos sob custódia”, declarou. O relatório preliminar do Instituto Médico Legal do Amazonas apontou que Fernando morreu em decorrência de edema cerebral, traumatismo craniano, hemorragia intracraniana e ação contundente. O inquérito já foi encaminhado à Justiça.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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