Benny Briolly aciona MP e denuncia padre por fala ofensiva sobre Preta Gil e religiões afro
A vereadora de Niterói (RJ) e ativista dos direitos humanos Benny Briolly acionou o Ministério Público contra o padre Danilo César, acusado de intolerância religiosa durante uma missa realizada na Paróquia de Areial, em Campina Grande (PB), no último domingo (27/07). O religioso, em sermão transmitido ao vivo no YouTube, citou Preta Gil — falecida dias antes — de forma desrespeitosa, ironizando sua fé e questionando, de forma pejorativa, os orixás do Candomblé e da Umbanda. Após a repercussão negativa, o vídeo foi retirado do ar.
Em entrevista exclusiva ao portal LeoDias, Benny detalhou a denúncia formal apresentada por intolerância religiosa e discurso de ódio. “É inaceitável o que foi dito pelo padre Danilo César durante a missa. Ele não só debocha da morte da cantora Preta Gil, como também zomba das crenças de sua religião, de matriz africana. Em sua fala, ele questiona, de forma pejorativa, a atuação dos orixás e ataca a fé de milhares de pessoas, incitando o ódio religioso”, afirmou a parlamentar, primeira travesti eleita no estado do Rio de Janeiro.
Durante a homilia, o padre disse: “Como é o nome do pai de Preta Gil? Gilberto Gil fez uma oração aos orixás. Cadê esses orixás que não ressuscitaram Preta Gil? Já enterraram?”, além de emendar outras falas que generalizavam e atacavam crentes de religiões afro-brasileiras. “Tem católico que pede essas forças ocultas. Eu só queria que o diabo viesse e levasse. Quando acordar com calor no inferno, você não sabe o que vai fazer”, declarou, inflamando ainda mais as acusações de intolerância.
Na denúncia, Briolly destaca que as falas do sacerdote violam princípios constitucionais como liberdade religiosa, igualdade e dignidade humana, além de citar a Lei nº 7.716/89 e o artigo 208 do Código Penal. “O meu pedido é para que as declarações do padre Danilo César sejam devidamente apuradas e que ele seja responsabilizado pelos atos de intolerância e discurso de ódio, conforme determina a legislação. É preciso que manifestações desse tipo sejam interrompidas, e os responsáveis, punidos”, conclui a vereadora.