Empresária do Paraná é investigada por homofobia após áudios vazados: “Homossexual eu não admito”
A empresária Rosangela Silva Pinto está sendo investigada pela Polícia Civil do Paraná (PC-PR), suspeita de praticar homofobia durante um processo de recrutamento de funcionários para uma clínica geriátrica que será inaugurada na cidade de Marialva, no norte do estado. A denúncia contra ela inclui áudios que, segundo a vítima, foram enviados no momento em que a empresária buscava profissionais para compor sua equipe. Nas mensagens, Rosangela afirma não contratar e nem aceitar indicações de pessoas homossexuais.
Dois áudios atribuídos à empresária foram entregues à polícia após uma enfermeira lésbica registrar boletim de ocorrência por injúria, na última terça-feira (12/08). A profissional relatou que havia sido previamente considerada para uma vaga, mas foi informada pela empresária de que não seria contratada por causa de sua orientação sexual. Em seguida, recebeu os áudios com a justificativa. “Se você quiser me indicar técnicos de enfermagem homens, que não ‘seje’ homossexual. Porque homossexual eu não admito na minha equipe, tá? Então, assim, é somente homens, tá? E lésbica também não, tá? Mulheres e homens profissionais da enfermagem, entende?”, diz Rosangela em um dos trechos.
Em outra gravação, enviada à pessoa que havia indicado a enfermeira, Rosangela reforça sua postura discriminatória: “O problema é quando [a homossexualidade] sai das quatro paredes para a sociedade. E quer que a gente engula, quer que a gente aceita [sic]”. O delegado responsável pelo caso, Aldair Oliveira, confirmou que a suspeita foi intimada para depor na sexta-feira (15/08), mas apresentou atestado médico e não compareceu. O depoimento foi reagendado para a próxima segunda-feira (18/08).
O inquérito apura a conduta da empresária com base na Lei 7.716/89, conhecida como Lei do Racismo, que, até a criação de legislação específica, também é aplicada a crimes contra a população LGBTQIAPN+ no Brasil. Questionada pelo portal g1, Rosangela afirmou que “não tem nada a declarar” sobre as acusações. Enquanto isso, a vítima já foi ouvida pelas autoridades, e o caso segue em investigação.
Escandaloso esse caso de homofobia no Paraná, mas mais comum que imaginamos. É por isso que ainda há um enorme déficit na inserção de pessoas LGBTs no mercado de trabalho, especialmente no caso das pessoas trans.
— Guilherme Cortez (@cortezpsol) August 16, 2025
A polícia já está agindo para enquadrar essa criminosa. pic.twitter.com/OXXRYMREup
 
                

