Empresário relata espancamento por funcionários de karaokê em SP; vítima não descarta homofobia
Em uma noite que deveria ser de celebração, o empresário Donizete Oliveira, de 29 anos, vivenciou momentos de violência e constrangimento no karaokê Siga La Vaca, na região central de São Paulo. Ele estava no local para comemorar o aniversário de um amigo quando, segundo seu relato, enfrentou agressões físicas e constrangedoras por parte de seguranças e funcionários do estabelecimento.
“Eu levei socos, empurrões, chutes — inclusive na cabeça, quando já estava caído no chão. Me falaram que uma funcionária chegou a pegar uma cadeira para me acertar”, contou Oliveira, descrevendo o episódio que transformou uma noite de festa em um pesadelo. O empresário explicou que o incidente começou quando questionou a demora no atendimento da fila para pagar a comanda. Após ser atacado por um desconhecido, funcionários e seguranças do karaokê teriam se juntado às agressões.
“Nos alertaram que os seguranças de lá estavam armados, então saímos do local direto para a delegacia. Eu não fiz nada para merecer ser espancado e o lugar não me prestou nenhum apoio; os seguranças me agrediram ainda mais”, relatou Donizete, que conseguiu sair do estabelecimento com a ajuda do namorado, o médico Luis Bessa. Uma testemunha externa chegou a levantar a suspeita de que as agressões poderiam ter motivação homofóbica, hipótese que Oliveira não descarta.
Em resposta, a direção do Siga La Vaca disse que o conflito ocorreu entre clientes e fora de suas dependências, reforçando que não compactua com qualquer tipo de preconceito ou violência. “Somos reconhecidos justamente por sermos espaços seguros, inclusivos e diversos, pautados no entretenimento e na valorização da diversidade. Repudiamos veementemente quaisquer atos de violência ou manifestações preconceituosas”, declarou a administração do estabelecimento.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo confirmou que dois homens, de 29 e 26 anos, foram agredidos por volta das 2h da madrugada de domingo (17/08), no karaokê localizado na Rua Canuto do Val, em Santa Cecília. Segundo o órgão, a confusão começou quando um dos frequentadores solicitou prioridade no atendimento da fila, alegando mal-estar, e acabou sendo atacado por outro cliente e uma funcionária. O caso foi registrado como lesão corporal no 2º Distrito Policial (Bom Retiro), e ambos receberam requisições de exame no Instituto Médico Legal (IML). A investigação segue em andamento.