Erika Hilton rebate Damares Alves e denuncia tentativa de “rebranding político” com discurso pró-trans

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) usou sua coluna na Mídia Ninja para reagir duramente às recentes falas da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que declarou apoio a cotas sociais para pessoas trans, em especial travestis. Para Erika, o novo discurso de Damares é “bonito, mas cheira à farsa”, e faz parte de uma tentativa de reescrever sua biografia após anos de atuação contrária aos direitos LGBTQIAPN+. “Ela quer travestis no seu discurso, mas fora do orçamento, das leis, das prioridades”, disparou.

No texto, Erika desmonta a narrativa da ex-ministra da Família no governo Bolsonaro, lembrando que sua gestão foi marcada por omissões e retrocessos: de 2020 a 2022, nenhum real foi investido em políticas públicas para a população LGBTQIAPN+. Ela também extinguiu estruturas como o Conselho Nacional LGBTI e a Secretaria de Direitos LGBT, além de rebaixar qualquer menção institucional à população trans. “Ela não apenas se omitiu: ela trabalhou ativamente contra a nossa existência”, afirma a deputada.

Hilton ainda relembra episódios emblemáticos do histórico de Damares, como quando a senadora recebeu grupos que defendem “cura gay” em seu gabinete, atacou o STF por criminalizar a LGBTfobia e chegou a chamar mulheres trans de “mulheres-piratas”. Para Erika, o que Damares faz agora é “politicagem disfarçada de empatia”: um jogo estratégico para suavizar a imagem pública e se reposicionar politicamente diante de um novo cenário. “É a tentativa de converter transfobia em caridade, e o conservadorismo excludente em ‘preocupação social’”, diz.

Apesar das críticas contundentes, Erika encerra seu posicionamento com um recado direto: caso Damares esteja realmente disposta a colaborar com políticas públicas para a população trans, será bem-vinda — desde que apoie de fato os projetos já protocolados por parlamentares LGBTI+ e deixe de ser obstáculo dentro do próprio Congresso. “Palavras soltas ao vento não valem nada”, conclui.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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