Mulher trans é condenada por “agressão sexual” após não revelar identidade a parceiro
Um julgamento no Reino Unido voltou os holofotes para a forma como a justiça lida com questões envolvendo pessoas trans. Ciara Watkin, uma mulher trans de 21 anos, foi considerada culpada de agressão sexual depois que um júri entendeu que ela não revelou ao parceiro que não havia sido designada mulher ao nascer. Segundo o tribunal, a omissão teria impedido o homem de dar o chamado “consentimento informado”.
De acordo com os relatos apresentados no julgamento, noticiado pela BBC, Ciara teria dito ao parceiro que estava menstruada para evitar que ele descobrisse que não havia realizado cirurgia de confirmação de gênero. A jovem se identifica como mulher e utiliza o nome Ciara desde os 13 anos de idade. Após a revelação posterior de sua identidade, o homem procurou a polícia e afirmou que jamais teria se envolvido romanticamente com ela se soubesse da verdade desde o início.
A defesa de Ciara argumentou que a jovem sempre se apresentou como mulher e que sua identidade de gênero era evidente, já que ela era “visivelmente e audivelmente” trans. Mesmo assim, o júri, composto por sete mulheres e cinco homens, levou apenas uma hora para chegar ao veredito de culpada, após um julgamento que durou dois dias. Watkin foi mencionada com pronomes femininos durante todo o processo. Agora, Ciara aguarda a sentença, que será anunciada no dia 10 de outubro. Enquanto isso, foi obrigada a se registrar como agressora sexual em até três dias.

