Irmãs de Pau rebatem transfóbicos que tentaram desrespeitá-las durante show: “Respeita o corre das travestis”

Durante apresentação na festa Super Tenda, que rolou neste sábado (20/09), na Neo Química Arena, em São Paulo, a dupla Irmãs de Pau mostrou mais uma vez porque é uma das vozes mais potentes da cena LGBTQIAPN+. Em meio a um show marcado por muita energia, atitude e representatividade, Vita Pereira e Isma Almeida não deixaram passar em branco a tentativa de desrespeito por parte de alguns homens héteros presentes na plateia. Sem papas na língua, elas usaram o microfone para transformar a hostilidade em discurso político e reafirmar o corre das travestis.

“Eu queria mandar um papo principalmente para os machos que ficaram o show inteiro apontando. Vocês acham que a gente não vê daqui de cima? A gente está vendo tudo”, disparou Vita, sendo ovacionada pelo público. Ela seguiu lembrando das origens periféricas que compartilha com a maioria da plateia e criticando a falta de reconhecimento comunitário: “Se a gente não se reconhecer enquanto comunidade essa PEC condenação tudo fode a gente, caralho! Respeita o corre das travestis! A gente veio do mesmo lugar que vocês, caralho! E vocês estão aqui, seus macho escroto, pagando para ver travesti”.

Isma, por sua vez, levou ainda mais ironia e acidez ao microfone. “Seu salarinho de CLT está indo para o meu bolso. Não adianta ficar de costas, eu já estou acostumada com vocês pedirem ‘sigilo’ pra mim, meu amor. Tá tranquilo! Mas vai ter que pagar mais caro cada vez mais, amor”, disse, arrancando aplausos da multidão.

O episódio escancara uma contradição: mesmo virando de costas e tentando ignorar a performance das Irmãs de Pau, os transfóbicos tiveram que desembolsar para estar ali. No fim das contas, a resistência travesti não só ocupou o palco, como também transformou o ódio em combustível para fortalecer sua mensagem. O recado foi claro: a arte travesti incomoda, mas é exatamente por isso que ela é urgente, necessária e cada vez mais inescapável.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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