Professor cearense é autuado por transfobia após 37 ligações a gabinete de Erika Hilton

A deputada federal Erika Hilton (PSol-SP), uma das vozes mais ativas na luta pelos direitos da população trans e travesti no Congresso Nacional, voltou a ser alvo de violência transfóbica. Um professor de história, residente em Fortaleza (CE), foi identificado pela Polícia Legislativa Federal (PLF) da Câmara dos Deputados como autor de uma série de ataques contra a parlamentar.

De acordo com as investigações, o rapaz, que não teve a identidade revelada, realizou 37 ligações para o gabinete de Erika ao longo de 2025, proferindo ofensas transfóbicas que foram registradas pela equipe da deputada. Em uma dessas ligações, feita no dia 30 de julho, o professor chegou a negar a identidade de gênero da parlamentar, afirmando que estava ligando para “um gabinete de uma pessoa que é homem e está dizendo que é mulher”. O docente ainda utilizou argumentos biologicistas para tentar invalidar sua existência, afirmando que “só existem dois cromossomos, o XX e o XY, e a pessoa diz que agora tem outro”.

A conversa, gravada pela assessoria de Erika Hilton, também mostrou a tentativa do professor de desqualificar o uso da linguagem inclusiva. Durante um debate sobre imperialismo, ele declarou: “Vocês não entendem que isso é imperialismo porque vocês falam todes. Desde quando todes está na língua portuguesa? Todes não está na língua portuguesa não, meu amigo”.

Na última terça-feira (02/09), o homem foi autuado pela PLF em Fortaleza pelo crime de transfobia, que, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), é equiparado ao racismo.