Cantor trans Nicky Cruz exibe volume na cueca, é questionado se “tem pinto” e responde com humor: “Tenho três”

O cantor e compositor Nicky Cruz, um dos destaques da primeira temporada do reality musical “Estrela da Casa”, voltou a movimentar as redes sociais nesta quinta-feira (23). O artista, que é homem trans, compartilhou uma foto de cueca acompanhada da legenda “Me amo sem culpa”, celebrando seu corpo e sua autoestima. O registro, que chamou atenção pelo volume evidente na região íntima, logo ganhou repercussão e foi recebido com uma enxurrada de elogios, mas também com comentários transfóbicos — que Nicky rebater.

Nos comentários, um seguidor tentou deslegitimar o corpo do artista ao questionar, de forma debochada: “Tu tem pinto?”. Sem se abalar, Nicky respondeu: “Sim, tenho três”, marcando o perfil de uma loja especializada em packers — próteses de borracha ou silicone utilizadas por homens trans, pessoas não binárias e outras pessoas transmasculinas para simular o volume peniano sob a roupa. O comentário rapidamente viralizou, sendo celebrado por fãs como um exemplo de confiança e autodefesa diante da transfobia cotidiana.

O packer, como explicou o próprio cantor, é um recurso que vai além da estética: ele ajuda na afirmação da identidade de gênero, contribui para o conforto corporal e pode ter um papel importante na reconstrução da autoestima. Ao compartilhar o uso do acessório com naturalidade, Nicky reforça o quanto falar abertamente sobre o corpo e os processos de transição ainda é um ato político, especialmente em um país onde a população trans enfrenta altos índices de preconceito e violência.

Embora tenha respondido o comentário transfóbico com ironia e elegância, o episódio acende um alerta importante: transfobia é crime — dentro e fora da internet. Questionar a legitimidade de uma pessoa trans ou fazer piadas sobre sua genitália não é “curiosidade”, é violência. A reação de Nicky mostra que autoconfiança e humor podem ser escudos, mas não devem ser confundidos com tolerância. O respeito, esse sim, não é opcional.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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