“Discreto e fora do meio”: psicólogo mostra como a homofobia internalizada aparece no dia a dia
O psicólogo e sexólogo Caio Graneiro, seguido por mais de 120 mil pessoas no Instagram, chamou atenção com um vídeo em que explica de forma simples e direta o que é — e o que não é — homofobia internalizada. Conhecido por criar conteúdos voltados especialmente para homens gays, Caio se apresenta em sua bio como alguém que busca “ensinar o homem gay a ser mais autêntico, seguro e bem resolvido”.
A homofobia internalizada acontece quando a pessoa LGBTQIA+ absorve preconceitos da sociedade e acaba voltando isso contra si mesma. Isso pode se manifestar em vergonha da própria identidade, medo de demonstrar afeto em público ou até na rejeição de características ligadas à comunidade.
No vídeo, Caio explica que situações como evitar se assumir ou reprimir afeto em público são exemplos claros do conceito. E vai além: lembra que até frases como “não gosto de dançar” podem revelar traços de homofobia internalizada, já que muitos homens gays aprenderam desde cedo a reprimir o corpo para não parecer afeminados ou fugir de julgamentos. Ele também cita expressões muito usadas dentro da comunidade, como quando alguém se descreve como “discreto e fora do meio”. Para Caio, esse tipo de fala é o puro suco da homofobia internalizada, pois carrega a ideia de que ser mais afeminado ou estar conectado à cena LGBTQIA+ seria algo negativo a ser evitado.
Ao mesmo tempo, ele alerta que nem toda escolha pessoal está ligada a isso. Como exemplo, cita homens gays que dizem não gostar de pintar as unhas. Para ele, isso não significa repressão: “Não é porque você é um homem gay que necessariamente precisa gostar de coisas femininas”, afirma.
O vídeo também gerou questionamentos do público, como: “Mas e quando vivemos num meio onde há muita homofobia e escolhemos nos poupar de desgastes?” Para Caio, esse tipo de escolha também se relaciona à homofobia internalizada: “Quando você tem orgulho de quem você é, você não fica escondendo. Não é sobre o outro, e sim sobre você ter orgulho de quem você é”, respondeu.
O conteúdo gera identificação e debate justamente porque muita gente LGBTQIA+ não percebe que carrega, no dia a dia, atitudes de homofobia internalizada. Reconhecer esses comportamentos pode ser o primeiro passo para evoluir, se libertar de amarras e desconstruir preconceitos que a sociedade insiste em impor.

