“Old Guys in Bed” desafia padrões de juventude ao celebrar o amor e desejo entre homens gays mais velhos

Enquanto muitas produções LGBTQIA+ seguem focadas nas histórias de juventude, o diretor JP Bergeron decidiu olhar para outro ponto da vida — e para corpos que raramente são representados nas telas. Em “Old Guys in Bed”, o cineasta canadense aposta em um retrato íntimo e afetuoso sobre amor, desejo e vulnerabilidade entre homens gays mais velhos, mostrando que nunca é tarde para se redescobrir.

O filme teve sua estreia mundial em agosto de 2025, no Fantasia International Film Festival, em Montréal, e também foi exibido no Cinema Diverse Film Festival, em Palm Springs (EUA), em setembro do mesmo ano. Ainda não há previsão de lançamento no Brasil, seja nos cinemas ou em plataformas de streaming.

Protagonizado por Duff MacDonald e Paul James Saunders, o longa acompanha Paul Noren, um historiador gay na casa dos sessenta que decide voltar aos aplicativos de namoro após anos afastado. Lá, ele conhece Bill, um homem mais velho, com quem redescobre o afeto, o toque e a cumplicidade que o tempo parecia ter apagado.

Em entrevista à Attitude Magazine, Bergeron — que se assumiu publicamente já aos cinquenta e poucos anos — contou que o longa nasceu de suas próprias vivências e da vontade de ver representações mais reais de corpos que envelhecem. “Há muito poucos personagens em filmes e televisão que sejam homens gays mais velhos”, disse à publicação. Ele acrescentou ainda que “Old Guys in Bed é provavelmente o primeiro filme a mostrar homens mais velhos se beijando e com cenas íntimas que falam mais de emoção do que de pornografia”.

O resultado é uma história que foge do estereótipo da solidão e coloca no centro a ideia de que o amor, o erotismo e a conexão não têm prazo de validade. A recepção nos festivais tem sido calorosa, especialmente entre espectadores mais velhos que se viram representados pela primeira vez de forma sensível e respeitosa.

Mais do que um romance maduro, “Old Guys in Bed” é um lembrete poderoso de que envelhecer também é um ato de resistência — e que o amor entre homens que viveram outras épocas, enfrentaram o silêncio e agora se permitem sentir novamente, é algo profundamente político e belo de se ver.

Em um mundo obcecado pela juventude, “Old Guys in Bed” lembra que o amor gay não tem prazo de validade. Quem mais quer ver esse filme chegar ao Brasil?