Quando a “cura gay” mata: mãe faz emocionante alerta após perder filho para terapia de conversão
Uma fala emocionante de uma mãe americana está comovendo as redes sociais e reacendendo o debate sobre os perigos das chamadas “terapias de conversão sexual”. Em entrevista à jornalista Katy Tur, âncora da MSNBC, Linda Robinson contou que perdeu seu filho após ele ser submetido a esse tipo de prática, que promete “curar” pessoas LGBTQIA+.
O alerta de Linda acontece em um momento decisivo nos Estados Unidos. Desde 2019, o estado do Colorado — assim como outros — proibiu que psicólogos e terapeutas tentem “corrigir” a orientação sexual ou identidade de gênero de seus pacientes. Agora, no entanto, a Suprema Corte americana analisa um caso que pode derrubar essas leis estaduais, permitindo que a chamada terapia de conversão volte a ser legal em diversos lugares do país.
Linda perdeu o filho Ryan em 2009, quando ele tinha apenas 20 anos. Segundo ela, o jovem foi submetido a programas de conversão desde os 12 anos e passou a carregar profundas marcas emocionais. “Isso não é uma questão de esquerda ou direita. Isso é uma questão de pais que amam seus filhos e querem que eles fiquem seguros. Sempre foi vendido como uma forma de manter uma criança completa e sagrada, mas o que fez foi completamente o contrário. A terapia completamente quebrou a confiança do Ryan. Quando a gente ensinou ao Ryan para odiar a sua sexualidade, nós estávamos o ensinando a se odiar. Esses programas de conversão se aproveitam de pais vulneráveis e eles prometem coisas que não funcionam”.
A comunidade científica já classificou a terapia de conversão como pseudociência e denunciou seus efeitos devastadores. Estudos indicam que pessoas submetidas a esse tipo de “tratamento” têm taxas muito mais altas de depressão, ansiedade e até tentativas de suicídio.
Se a Suprema Corte revogar as proibições estaduais, adolescentes e jovens LGBTQIA+ em diferentes partes dos Estados Unidos poderão ser novamente forçados a práticas cruéis e discriminatórias. “Terapia de conversão não cura. Ela mata”, reforçou Linda, em um apelo que ganhou repercussão global.
No Brasil, embora o Conselho Federal de Psicologia já proíba a chamada “cura gay” desde os anos 1990, setores conservadores ainda tentam relativizar ou legitimar essa ideia. O alerta de Linda Robinson é um lembrete doloroso de que negar a identidade de uma pessoa não é cuidado — é violência. E você, acredita que o Brasil deveria ter uma lei nacional que criminalize de vez a prática da terapia de conversão?

