“A orientação sexual pode mudar ao longo da vida”: psiquiatra lança livro e reflete sobre o que é ser gay, hétero ou bi
O renomado psiquiatra português Daniel Sampaio, referência em estudos sobre juventude, sexualidade e família, acaba de lançar o livro “Um Amor que Não se Diz”, uma obra que propõe uma reflexão profunda — e provocadora — sobre os rótulos da sexualidade moderna. O autor defende que a orientação sexual pode mudar ao longo da vida, desafiando visões rígidas sobre o desejo e a identidade.
Para Sampaio, a sexualidade é uma trajetória em constante movimento, e homens e mulheres podem se apaixonar de maneiras diferentes ao longo da vida, sem que isso anule quem são. Ele explica que não basta olhar para o corpo ou para as etiquetas, e lembra que “toda a vida acompanhou terapeuticamente pessoas que se debatiam com questões sobre a orientação sexual”, como disse em entrevista recente ao jornal Expresso, de Portugal.
Na obra, que mistura ficção e ensaio, o psiquiatra defende que o amor é mais complexo do que as categorias que tentam defini-lo. Ao longo do texto, ele chama atenção para o peso do silêncio e da repressão em torno da diversidade sexual, lembrando que a homofobia — inclusive a internalizada — ainda é uma das principais causas de sofrimento psíquico entre jovens LGBTQIA+. “Essas pessoas sofrem mais de depressão e ansiedade e têm mais tentativas de suicídio”, alerta.
Ao mesmo tempo, Sampaio reforça que sua defesa da fluidez não tem nada a ver com “terapias de conversão” ou tentativas de mudar quem alguém é. Pelo contrário: o foco está na escuta, no acolhimento e no direito de viver o desejo de forma autêntica, sem culpa ou medo.
Para o público LGBTQIA+, a mensagem de Sampaio soa como um convite à liberdade: entender que a orientação não precisa ser uma prisão nem uma linha reta. “Não é só rótulo; é vivência, é trajetória”, resume o autor.
O livro “Um Amor que Não se Diz” já tem sua versão digital disponível para compra no Brasil, em lojas on-line especializadas como a Apple Books, permitindo que o público brasileiro também mergulhe nessa reflexão sobre amor, desejo e identidade.


