Grindr lança coleção feita com lã de ovelhas gays e transforma moda em ativismo fofo
Em Nova York, a moda ganhou um daqueles momentos que fazem a gente pensar: “por que isso não aconteceu antes?”. No dia 13 de novembro, o Grindr apresentou a primeira coleção de moda feita para celebrar, literalmente, a lã de carneiros gays. Batizada de “I Wool Survive”, a linha assinada pelo artista e designer Michael Schmidt, em parceria com a organização alemã Rainbow Wool, levou para a passarela homens lindíssimos usando peças que transformaram a lã queer em alta costura com propósito.
A Rainbow Wool, que cuida e protege carneiros que não demonstram interesse por fêmeas — e, por isso, seriam abatidos por não conseguirem cumprir seu “papel reprodutivo” — virou símbolo de resistência. A fazenda, liderada por Michael Stücke, salva animais rejeitados e utiliza sua lã para financiar projetos LGBTQIA+ em países onde ser da comunidade significa risco real. O trabalho ganhou força depois de estudos que apontam que cerca de 8% dos carneiros preferem parceiros do mesmo sexo, número que pode representar até 10 milhões de animais ao redor do mundo. Agora, com o apoio de uma plataforma global como o Grindr, o coletivo alemão expande sua mensagem: ser gay é natural, em qualquer espécie.
Além de resgatar carneiros, a Rainbow Wool também combate narrativas anti-LGBTQIA+ usando exatamente aquilo que sabem fazer: lã. O projeto produz chapéus, patches, cadarços e outras peças fofíssimas vendidas online, com toda renda destinada à LSVD+ e à Fundação Hirschfeld Eddy — organizações que atuam diretamente na defesa de direitos LGBTQIA+. Para o designer Schmidt, que já criou peças para Beyoncé, Lady Gaga, Cher e Taylor Swift, transformar a lã desses carneiros em moda é mais que estética: é confrontar o preconceito que ainda maltrata tanto humanos quanto animais por sua sexualidade.
A coleção “I Wool Survive” deve continuar rendendo frutos. O Grindr garantiu apoio ao projeto até 2026, e algumas das peças serão leiloadas para arrecadar fundos adicionais. Para Tristan Pineiro, vice-presidente sênior de Marketing e Comunicação do Grindr, o movimento mostra como a conexão queer tem poder de transformar exclusão em celebração. Já o time da Rainbow Wool espera que mais agricultores e marcas se juntem ao rebanho do bem. No fim das contas, a ideia é simples e poderosa: salvar animais do abate, afirmar que ser gay é natural e gerar fundos para iniciativas LGBTQIAPN+ em todo o mundo.









