Justiça arquiva processo por homofobia contra Cássia Kis; atriz segue ré em outros dois processos por LGBTfobia

A Justiça do Rio de Janeiro decidiu arquivar, sem julgamento de mérito, uma das três ações movidas contra Cássia Kis por declarações consideradas homofóbicas em uma entrevista concedida à jornalista Leda Nagle, em 2022. O processo foi apresentado pelo Grupo Arco-Íris e tramitava na esfera criminal, mas a 13ª Câmara do Direito Privado do TJ-RJ entendeu que não havia competência para julgar o caso. Apesar disso, a atriz segue como ré em pelo menos outras duas ações relacionadas ao mesmo episódio, mostrando que a disputa judicial ainda está longe do fim.

De acordo com informações da coluna F5, da Folha de S.Paulo, Cássia Kis continua respondendo a um processo na Justiça Federal por preconceito contra pessoas trans. O caso, que corre na 2ª Vara Federal do Rio, foi aceito em 2023 e pode resultar em uma multa de até R$ 1 milhão. A iniciativa judicial partiu da Articulação Nacional das Transgênero (Antra) e do ator José de Abreu, que ingressaram com queixa-crime após a atriz condenar publicamente a existência de pessoas transexuais.

Além disso, o Grupo Arco-Íris ainda move uma segunda ação contra Cássia, dessa vez na esfera cível. A organização pede uma indenização coletiva no valor de R$ 250 mil, que seria destinada a ações de combate à LGBTfobia no meio cultural, reforçando a necessidade de responsabilização em casos de declarações que atingem diretamente a comunidade LGBTQIAPN+.

A polêmica começou após a atriz afirmar, na entrevista que viralizou nas redes sociais, que a chamada “ideologia de gênero” buscaria “destruir a família”, repudiando uniões homoafetivas e a existência de pessoas trans. A fala gerou forte reação do público e de personalidades, incluindo José de Abreu, que destacou que é pai de uma mulher trans.