Socialite americana seduziu o filho gay acreditando que poderia “curá-lo”— e encontrou um trágico fim

Antes de seu nome virar sinônimo de tragédia, Barbara Daly Baekeland brilhava na alta sociedade nova-iorquina dos anos 1940. Casada com Brooks Baekeland — herdeiro direto da família que revolucionou a indústria com a invenção dos plásticos — ela parecia viver um conto de fadas moderno. Elegante, celebrada e dona de uma beleza que estampava revistas como Vogue e Harper’s Bazaar, Barbara sustentava uma imagem impecável. Mas, por trás das aparições glamourosas, havia uma história familiar marcada por perdas devastadoras, instabilidade emocional e segredos que moldariam sua vida adulta de forma sombria.

O nascimento de Anthony, em 1946, parecia ter sido o capítulo que faltava para completar o retrato da família ideal. Mas a rotina dos Baekeland era um terreno movediço: viagens intermináveis, festas sem limites e pouca atenção ao menino, que crescia entre excessos e descaso. A descoberta de que Anthony era gay virou o gatilho que expôs o controle obsessivo de Barbara. Completamente presa a ideias ultrapassadas sobre sexualidade, ela iniciou uma série de tentativas desesperadas de “corrigir” o filho — empurrando mulheres para ele e até contratando prostitutas. Quando Anthony se apaixonou por Jake Cooper, um australiano bissexual que o introduziu a um mundo de drogas e ocultismo, Barbara entrou em pânico e redobrou seus esforços.

A obsessão de Barbara atingiu um ponto sem volta quando ela própria afirmou que poderia “fazer Tony esquecer da homossexualidade” se o levasse para a cama. Em 1969, já vivendo na Espanha após o divórcio, teria colocado seu plano incestuoso em prática durante um feriado em Mallorca, enquanto o filho estava bêbado — algo que, mais tarde, ela chegou a se gabar com pessoas próximas. O impacto na saúde mental de Anthony foi avassalador. Diagnosticado com esquizofrenia, ele alternava entre paranoia e desespero. A convivência se tornou explosiva, com agressões, facas e uma tensão permanente que nem mesmo os alertas de um terapeuta fizeram Barbara levar a sério.

Em novembro de 1972, o alerta virou realidade: Anthony esfaqueou a mãe no coração na cobertura da família em Londres. Após oito anos internado em um hospital psiquiátrico de segurança máxima, ele conseguiu liberdade graças a influências da elite. Mas o padrão de violência se repetiu quase imediatamente. Hospedado no apartamento da avó em Nova York, tentou matá-la do mesmo modo — ela sobreviveu. Preso por tentativa de assassinato, Anthony Baekeland foi encontrado morto em sua cela em março de 1981, aos 34 anos. Uma história que começa envolta em luxo e termina como um dos casos mais perturbadores já expostos pela alta sociedade internacional.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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