Único senador gay do Brasil, Fabiano Contarato é eleito presidente da CPI do Crime Organizado

A disputa pelo comando da recém-instalada CPI do Crime Organizado no Senado terminou com uma vitória apertada e simbólica nesta terça (04). Por 6 votos a 5, o delegado e único senador abertamente gay do país, Fabiano Contarato (PT-ES), foi eleito presidente do colegiado. A escolha acontece em um momento de intensa pressão social diante do avanço das facções criminosas no Brasil. Já o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), responsável por propor a criação da comissão, assumirá a relatoria dos trabalhos após acordo entre os parlamentares.

A eleição foi marcada pela disputa com o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), escolhido pela oposição. Em votação secreta, Contarato saiu vencedor e Mourão acabou designado, por aclamação, vice-presidente da comissão. A CPI surge em meio à repercussão da megaoperação das forças de segurança do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho, que resultou em 121 mortes na última semana e reacendeu o debate sobre segurança pública e métodos de combate ao crime organizado.

Logo após o resultado, Contarato fez um discurso firme defendendo uma atuação consistente do Estado contra o poder paralelo das facções, mas sem recorrer a brutalidade. “Que fique claro: eu não apoio a barbárie, não apoio ações violentas ou desumanas. Mas também não podemos, de dentro de nossas casas seguras, bem alimentados e distantes das balas, romantizar a vida de quem precisa seguir as leis de criminosos para se manter vivo”, afirmou. Para o senador, a resposta precisa ir além de operações pontuais. “O Estado precisa retomar o controle das comunidades, oferecer emprego”, completou.

A CPI terá 120 dias para investigar a estrutura de facções como Comando Vermelho, PCC e milícias, apurando fontes de financiamento, infiltração no poder público e a expansão dessas organizações nos últimos anos. Ao final, espera-se que a comissão apresente recomendações legislativas e ações concretas para fortalecer o combate ao crime organizado.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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