Up Turn celebra 22 anos de sucesso como reduto LGBTQ+ da Barra e celebra pioneirismo feminino

Antes mesmo da Barra da Tijuca se abrir à diversidade como hoje, um pequeno bar nascia no Freeway com uma proposta simples: servir bons petiscos, chopp gelado e música ao vivo. O nome era Up Turn, e a ideia partiu de um casal lésbico que decidiu trocar a rotina de uma multinacional pelo sonho de abrir um espaço acolhedor.

“A proposta inicial era simples: um bar com petiscos, chopp gelado e música ao vivo. E foi assim que tudo começou”, relembra Alexandra Fernandes, fundadora da Up Turn. “Queríamos um lugar aconchegante, pensado para receber bem.”

Nos primeiros anos, o público chamava o local de “quiosque”, e essa memória ainda emociona Alexandra. “São muitas lembranças incríveis dessa fase. Momentos simples, intensos e cheios de vida. A Up sempre foi um lugar de boas histórias, daquela saudade boa que a gente sente quando lembra de onde tudo começou.”

O público inicial era majoritariamente feminino — e foi uma festa entre mulheres que deu início ao sucesso. “Tudo tomou forma quando a namorada da minha irmã escolheu comemorar o aniversário na Up e trouxe um grupo de amigas. Foi uma noite leve, cheia de risadas, e dali o boca a boca se espalhou”, conta. “Ver a casa se tornar um ponto tão querido da cena LGBTQIA+ da Barra enche meu coração. A Up cresceu junto com essas pessoas, com suas histórias, sua energia e seu jeito de transformar qualquer noite em acolhimento e liberdade.”

Mesmo após o fim do relacionamento, Alexandra seguiu à frente do projeto e, há 13 anos, divide a sociedade com a irmã, Anna Paula. “Ali havia mais que um negócio, havia história, afeto e propósito. Seguir em frente, num meio tão dominado por homens, foi um ato de coragem diária. Quando mulheres se apoiam, nada para. A Up é prova viva disso.”

Entre as noites mais marcantes, Alexandra destaca uma com gosto de história: “Sem dúvidas, o aniversário mais emblemático foi o que teve Pabllo Vittar, Pepita e Lia Clark. Foi o nosso maior público e o ‘fervo dos fervos’. Uma noite intensa e inesquecível.”

O recorde absoluto veio justamente com o primeiro show de Pabllo na casa. “Cerca de 4 mil pessoas lotaram todo o estacionamento. Foi uma multidão, um marco absoluto na nossa história.”

E teve também aparições que viraram lenda. “Nunca esquecerei uma sexta-feira em que Ana Carolina, Jorge Vercillo e Isabella Taviani apareceram de surpresa para curtir a noite. Foi mágico.”

Comemorando 22 anos neste sábado, 8 de novembro, a Up Turn segue firme como símbolo de resistência, alegria e liberdade na Barra da Tijuca. “A Up só chegou tão longe porque nunca perdeu a alma. Mudamos, crescemos, mas o coração da casa continua o mesmo. É o carinho pelo público e o nosso jeito de acolher que mantêm a Up viva.”

Confira em fotos um pouco da trajetória da casa

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

Você vai curtir!