Apresentador da TV Bahia corrige repórter ao vivo por usar nome de batismo de jovem trans assassinada

O Jornal da Manhã, da TV Bahia, abriu espaço para um momento importante de respeito e correção ao noticiar o assassinato da jovem trans Rhianna Alves, de 18 anos. Durante a cobertura do caso, o repórter Carlos Augusto utilizou o nome de batismo da vítima e afirmou que ela era “conhecida pelo prenome Rhianna”. A atitude gerou uma intervenção imediata do apresentador Ricardo Ismael, que fez questão de reforçar no ar a importância do uso adequado do nome social.

Ricardo lembrou que o nome de batismo deixa de ser utilizado quando a pessoa afirma sua identidade de gênero, e insistiu que insistir em fazê-lo é uma forma de revitimização. “A gente se refere a ela pelo nome social, Rhianna. Desde que se assume a identidade trans, morre o nome de batismo, não se refere mais a ‘ele’, porque é mais uma forma de violentar pessoas que são tão violentadas todos os dias nesta sociedade”, afirmou o apresentador, em uma fala que repercutiu amplamente nas redes sociais.

Rhianna Alves foi assassinada na noite de sábado (6/12) por um motorista de aplicativo de 19 anos. O jovem levou o corpo até uma delegacia, confessou o crime e, mesmo assim, acabou liberado para responder em liberdade — fato que gerou forte indignação de ativistas e coletivos LGBTQIAPN+ da Bahia. Nas redes, usuários lamentaram não só a brutalidade da morte, mas também o desrespeito inicial ao tratar sua identidade de gênero.

Quatro dias depois, diante da repercussão do caso e da conclusão do inquérito, a Polícia Civil confirmou a prisão de Sérgio Henrique Lima dos Santos, de 19 anos, investigado por matar Rhianna. Ele foi localizado em Serrinha, município a mais de 900 km do local do crime. Sua prisão preventiva já havia sido solicitada após o avanço das investigações.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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