“Na minha época, travesti batia nos homofóbicos”, diz Rogéria
Aos 73 anos, Rogéria mostrou porque ainda é considerada um das eternas vedetes do Brasil. A artista foi homenageada na última terça-feira (06/09) durante apresentação no “Rival Rebolado”, no Teatro Rival, no Centro do Rio, sendo ovacionada de pé pelo público presente no local. Em entrevista para o site “EGO”, a arista contou sobre preconceito, especialmente a LGBTfobia, ainda muito presente no Brasil.
“Assisto pela televisão o que minhas colegas transexuais, meus amigos gays, que me representam, passam por aí. É uma violência muito triste”, diz Rogéria. Segundo ela, na sua época era as travestis que agrediam os homofóbicos. “Sempre que vinha um mais abusado a gente chamava todos os travestis e partia pra cima. Eu gritava: ‘Deixa o último pra mim’, e quebrei muita unha na cara de preconceituosos”, conta.
“Hoje, os tais ‘skinheads’ andam com facas, com madeiras, e até com lâmpadas, né? Ficou mais difícil a luta”, falou Rogéria, que faz questão de reforçar: “Eu luto junto com as minhas amigas transexuais. Meu p** está aqui pendurado, mas eu defendo que cada um faça o que quiser com seu corpo.” Apesar de afirmar ainda sofrer preconceito, Rogéria garante que conseguiu alcançar um novo status no Brasil.
“Eu não tenho o que reclamar. As pessoas me chamam até de ‘senhora’, sendo que eu continuo sendo o Astolfo, e eu acho divertido e ao mesmo tempo respeitoso. Depois dos meus anos de carreira eu sou muito respeitada e principalmente amada, especialmente pelas mulheres”, diz a atriz.