Com medo, estudante agredido por policial ainda não voltou para casa

O estudante Andrei Apolonio dos Santos, de 23 anos, que afirma ter sido espancado por um policial dentro da 81ªDP (Itaipu) na madrugada de sexta-feira (14/07) ainda não retornou para casa. Com medo, ele garante que foi ameaçado pelo agente caso divulgasse a agressão.

“Eu me sinto em risco e não quero colocar meus pais em risco também. O policial me ameaçou, e se teve coragem de me agredir em sede policial, quem garante que não tenha coragem para fazer algo pior”, questionou a vítima em entrevista ao jornal O Globo. “Fui obrigado a sair de casa. Meus pais sabem do que aconteceu, estamos mantendo contato telefônico, prefiro assim”.

Aluno do curso de artes da Universidade Federal Fluminense (UFF), Andrei Apolonio dos Santos, de 23 anos, tinha participado de uma comemoração de fim de período da faculdade e, ao voltar para casa de ônibus, percebeu que estava sem seu celular. Por segurança, decidiu ir à delegacia para registrar o possível roubo. A unidade estava fechada, e ele diz que precisou bater na porta para ser atendido.

Segundo conta, ele acabou recebido de forma ríspida pelo policial, que passou a agredi-lo física e verbalmente. Andrei diz ainda que tentou fugir, mas foi alcançado no estacionamento da delegacia. Ainda de acordo com o jovem, as agressões foram acompanhadas por um segundo policial, que não fez nada para impedir a covardia.

Nesta segunda-feira (17/08) o jovem esteve no Instituto Médico Legal (IML) para exame da arcada dentária. Ele teve três dentes quebrados. Depois, foi recebido no Núcleo de Diversidade Sexual e dos Direitos Homoafetivos da Defensoria Pública Estadual, onde relatou o caso. O órgão vai abrir procedimento para buscar a responsabilização dos envolvidos, além de indenização. A Defensoria também vai buscar medidas para afastar os policiais das funções e desautorizar o porte de armas.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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