Jovem gay é atacado por seis homofóbicos na Zona Sul do Rio: “Eu achei que fosse morrer”
Na última quarta-feira (13/03), Jonatas Luiz Machado entrou para as estatísticas de violência contra a população LGBTQI+. O jovem, de 29 anos, foi agredido por um grupo de seis homens durante um passeio na pedra do Arpoador, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Jonatas compartilhou o triste relato em suas redes sociais, acompanhado de uma foto sua todo ensanguentado e machucado.
“Saí de casa por volta das 18h para dar uma caminhada pelo calçadão da praia de Ipanema, nas imediações do Arpoador, quando, por volta das 19h/19h20min resolvi subir a pedra do Arpoador, próxima ao Largo do Millôr. Sempre costumo fazer esse passeio na companhia de amigos, contudo, neste dia estava só”, contou a vítima na publicação. “No meio do caminho, me deparei com um grupo de seis homens vindo em minha direção, quando um deles, colocando o pênis pra fora da bermuda, disse: ‘pega no meu pau!’. Respondi que não, que estava de boa. Neste momento, um segundo homem disse: ‘vai pegar sim!'”, continua.
No que Jonatas tentou se desvencilhar dos rapazes, eles já haviam o cercado sem dar qualquer chance de fuga ou defesa. Foi então que começaram os socos, chutes e uma série de agressões. Durante a violência, a vítima foi hostilizada por ser homossexual. Já sem forças por conta das pancadas, ele se fingiu de morto para que os agressores parassem. Ao perceberem o desfalecimento do rapaz e acordarem em deixá-lo, um dos algozes ainda pisou no rosto de Jonatas, deixando o nariz e dentes quebrados.
“Eu achei que fosse morrer. Nunca imaginei que poderia ser vítima de uma violência tão brutal”, relembra Jonatas que ficou com hematomas no rosto, braços e ombros. Após os agressores fugirem, o jovem foi caminhando ensanguentado, com o rosto desfigurado, em direção à orla, gritando em busca de socorro, mas as pessoas que estavam por perto não o ampararam. “Eu estava cheio de sangue, saí pedindo socorro, mas ninguém me ajudou. As pessoas me olhavam como se fosse um bicho”, desabafa.
O caso foi registrado na 14ª DP (Leblon). Segundo a Polícia Civil, a investigação irá buscar nas imagens de câmeras de segurança próximas ao local informações que possam ajudar no caso.