Cientistas americanos desenvolveram injeção anual experimental no tratamento do HIV
Pesquisadores norte-americanos desenvolveram o primeiro medicamento antirretroviral com duração de um ano, porém, ainda está em fase de testes.
Um grupo de pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Nebraska (CMUN) desenvolveu um novo tratamento, ainda experimental, com grande potencial para combater o HIV, permitindo que as pessoas que vivem com o vírus tomem uma injeção anual, em vez de medicação diária.
Os cientistas americanos publicaram suas descobertas na revista científica ‘Nature Materials’. Este pode ser um novo marco no tratamento do HIV.
A intenção da equipe, liderada por Benson Edagwa e Howard Gendelman, é eliminar os problemas que a medicação diária traz como, por exemplo, a pessoa esquecer-se de tomar uma dose, permitindo que o vírus se recupere.
Se a injeção anual contra o HIV for aprovada com êxito nos estágios dos testes clínicos, poderá simplificar de maneira significante as opções de tratamento para quem vive com o vírus.
O medicamento também pode ser essencial na luta contra a transmissão do HIV. Quando uma pessoa com HIV está em tratamento antirretroviral eficaz, sua carga viral é indetectável, o que significa que ela não transmite o vírus, mesmo através do ato sexual sem preservativo.
“Este desenvolvimento farmacêutico tem o potencial de não apenas tratar, mas também prevenir a transmissão viral. Isso certamente pode ser um marco terapêutico”, disse Howard Gendelman.
O novo medicamento foi desenvolvido através do ‘Cabotegravir’ (CAB), um medicamento o qual impede que o HIV se insira nas células humanas.
Este mesmo medicamente já é estudado no tratamento de PrEP de longa duração, no formato de uma injeção bimensal, em diferentes países, incluindo o Brasil.
A equipe de pesquisa da CMUN conseguiu converter quimicamente o CAB em ‘nano cristais’, permitindo assim que ele seja liberado lentamente no organismo.
Ainda há um longo caminho pela frente para este novo tratamento, que ainda não chegou à fase de testes em humanos. Este, sem dúvidas, é mais um passo da medicina na luta contra o HIV.