Ativista LGBTQ+ do Egito comete suicídio após ser torturada e abusada dentro de prisão: “Me perdoem”

A ativista egípcia LGBTQ+ Sara Hegazy foi encontrada morta no último domingo (14/06) em sua casa, no Canadá. Em uma carta deixada aos familiares e amigos, a ativista lésbica de 30 anos pede desculpas por não ter conseguido resistir às pressões.

“Para os meus irmãos: tentei encontrar redenção e falhei, me perdoe. Para os meus amigos: a experiência [jornada] foi dura e eu sou fraca demais para resistir, me perdoe. Para o mundo: você foi cruel em grande parte, mas eu perdoo. A prisão me matou. Isso me destruiu”, escreveu Sara, uma das pioneiras no ativismo LGBTQ+ do Egito.

Sara foi detida no Cairo depois de levantar uma bandeira com as cores do arco-íris durante um show da banda libanesa Mashrou Leila, em setembro do ano passado, e foi submetida a tortura com eletrocussões, espancamentos e abusos nas mãos de outros detentos enquanto esteve atrás das grades. Ao deixar a prisão, ela recebeu asilo no Canadá, mas passou a sofrer de Transtorno de Estresse Pós-Traumátio e depressão. Alguns dias antes de tirar a própria vida, Hegazy publicou uma foto com a legenda: “O céu é melhor que a terra, e eu quero o céu, não a terra”.

No Egito, apesar de não ser ilegal se relacionar com alguém do mesmo sexo, o país faz uso indireto das leis para perseguir e condenar pessoas por estes atos. Na época, a ativista foi acusada de promover desvio sexual e devassidão e ficou presa por três meses.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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