Crivella diz que Eduardo Paes fez Rio de Janeiro virar a capital mundial do turismo gay! E tá errado?!
Fotos: Reprodução/TV Globo/Internet
Na reta final das Eleições Municipais 2020, Marcelo Crivella, o atual prefeito do Rio, resolveu ‘acusar’ o candidato Eduardo Paes, que é favorito nas pesquisas e já comandou a cidade por 8 anos, de transformar o Rio de Janeiro na capital mundial do turismo gay! Vejam só, isso rolou durante o debate promovido pela TV Globo na noite desta sexta (27/11)!
A declaração é bem parecida com outra dita pelo presidente Bolsonaro em 2019, quando afirmou que o Brasil “não pode ser o País do turismo gay”. O preconceito e a homofobia são claros. Mas ainda assim, o Rio de Janeiro, mesmo com zero políticas municipais, estaduais ou federais atualmente para incentivar o turismo LGBTQ+, continua sendo destino favorito entre a nossa comunidade arco-íris global.
Mas Crivella tem razão e disse a verdade sobre a relação de Paes com a comunidade LGBQ+. Lá em 2011, quando Eduardo Paes era o prefeito, o jornal inglês The Guardian publicou matéria falando que o Rio se preparava mesmo para ser a capital mundial do turismo gay! A reportagem destacou iniciativas da prefeitura pelo respeito à diversidade sexual e combate à homofobia, como a criação da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual.
Mas vamos combinar, além do preconceito criminoso, se para Crivella é ruim que o Rio seja visto como uma capital gay, ou até mesmo o Brasil como um todo, como pensa Bolsonaro, esses raciocínios são, além de tudo, uma burrice danada mesmo. Isso porque o turismo LGBTQ+ injeta cifras milionárias na economia brasileira.
Turistas LGBTQ+ gastam, em média, 30% a mais que outros viajantes. E o segmento teve um crescimento de 11% em 2017, enquanto o turismo de modo geral subiu apenas 3,5%, no Brasil. Os dados são de pesquisa feita pelo Sebrae junto com Associação Brasileira de Turismo LGBT (ABTLGBT) e a revista ViaG.
Já John Tanzella, presidente da associação americana IGLTA (International Gay & Lesbian Travel Association), com sede na Florida, garante que Brasil é exemplo ao saber aproveitar os turistas LGBTQ+ e fazer negócios, mesmo com políticos torcendo contra. Questionado pela Exame em 2019 sobre a situação do turismo LGBTQ+ no Brasil, ele foi enfático: “É gigante! É o segundo maior mercado depois dos EUA”.
Atrapalhar o crescimento do turismo LGBTQ+ no nosso país, que gera tantos empregos e movimenta nossa economia de maneira tão expressiva, não é nada legal. Ficamos na torcida para que o Rio, e o Brasil, espantem bem rápido toda essa maré conservadora e preconceituosa dos poderes públicos, para que os bons tempos de respeito e celebração de nossa incrível diversidade voltem logo.
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