Travesti ganha título de Princesa da Cavalgada e aciona polícia após sofrer ataques transfóbicos em Rondônia
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Felipe Sousa- 0
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Foto: Reprodução
Eleita no último fim de semana a 1ª Princesa da Cavalgada de Candeias do Jamari (RO), a travesti Fabio Schinayder, de 33 anos, tem sido vítima de vários ataques transfóbicos por conta da sua vitória. Segundo ela, os ataques têm acontecido através de ligações, mensagens de texto, áudios e publicações em várias redes sociais.
“Tem gente me ligando, me ameaçando, falando que se me ver na rua vai me bater“, contou ao G1. Schinayder diz que foi convidada para participar da competição e antes de aceitar verificou se tinha alguma regulamentação que impedia sua participação. “Eu fui e me inscrevi. Eu me vesti, desfilei com as meninas e tudo. Fiquei em segundo lugar. Eu não sabia que ia dar esse negócio todo que está dando, esse preconceito todo“, desabafa. Os ataques teriam começado em um grupo de WhatsApp, onde várias pessoas mandaram áudios com mensagens transfóbicas.
“Uma falta de respeito com boiadeiro nato, antigo, que é sertanejo. Isso aí não é rainha, é um raio. Manda ele ir pra Avenida Paulista se ele quiser aparecer, mas não vai pro nosso rodeio não“, dizia uma das mensagens. “Dá vontade de ‘tacar’ fogo não minhas tralhas, quebrar meu berrante porque a gente tá perdendo nossa cultura. Você ter como representante em uma cavalgada um travesti… não tenho nada contra, mas eu acho isso um absurdo“, diz um outro agressor em vídeo compartilhado nas redes sociais.
“Eu tô me sentindo muito mal, muito pra baixo. Tô desde ontem sem dormir, nem almocei, estou chorando, está difícil“, lamentou Schinayder, que decidiu denunciar os casos na delegacia da Polícia Civil de Candeias. “Os responsáveis pelos ataques transfóbicos no momento oportuno serão responsabilizados pelo poder judiciário na esfera civil e criminal. É importante ressaltar que a Fabio Schinayder está tendo sua honra objetiva e subjetiva violada, uma vez que os ataques sórdidos, rasteiros e traiçoeiros imputam denotação de cunho depreciativo a dignidade da pessoa humana“, publicou seu advogado de defesa.
