Delegado gay dá voz de prisão em mulher após ser vítima de homofobia no AC: “Disse que eu deveria virar homem”

Casado há 10 anos com o contador William Barbosa Bezerra, o delegado de Polícia Civil de Feijó (AC), Railson Ferreira, foi vítima de homofobia na última quarta-feira (29/06) durante uma operação que investigava envolvidos com o tráfico de drogas.

Durante a operação, a cunhada de um dos presos chamou o delegado de “gay safado” e ainda disse que ele “deveria virar homem“. A mulher foi presa em flagrante e levada para audiência de custódia na quinta (30/06) e agora permanece presa preventivamente. A equipe do delegado cumpria mandados judiciais contra envolvidos com uma carga de 25kg de maconha, apreendida em janeiro deste ano na Rodoviária Internacional de Rio Branco. Durante a operação, dois homens de 20 e 25 anos foram presos. “Fomos recebidos pela cunhada do rapaz com palavrões, a família é bem problemática”, relembrou o delegado, em entrevista ao G1.

Ainda na casa do suspeito, Ferreira falou que deu ordem de prisão contra a mulher do suspeito de tráfico de drogas por desacato. Revoltada, a cunhada do homem voltou a xingar os policiais e urinou no quintal da casa na frente das equipes. “Falei que ela estava presa, mas não algemei, não gosto de algemar mulher. Elas continuaram a falar palavrões, a gente gravou tudo. Quando foi para ir embora, falei que a irmã do suspeito estava presa, pedi para trocar de roupa. Desisti de levar a cunhada dele para que ela ficasse com as crianças. A ideia era só levar a mulher dele, ouvir por desacato e liberar“, contou.

Sempre me impus como gay porque fui criado em uma família muito respeitosa. Sou casado há dez anos com o William, é um relacionamento muito maduro. Ele é uma pessoa incrível. Nunca tinha passado por isso, sempre me impus, sempre respeitei e me dei ao respeito. Emocionalmente não me abala, mas não poderia deixar passar por tudo aquilo que acredito“, afirmou Ferreira.

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Felipe Sousa

Felipe é redator do Pheeno! Focado em explorar cada vez mais a comunicação em tempos de redes sociais, o carioca de 25 anos divide seu tempo entre o trabalho e a faculdade de jornalismo, sempre deixando espaço para o melhor da noite carioca!

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