“Lugar mais transfóbico que existe”, declara Luisa Marilac após transfobia durante a Bienal de São Paulo
Na última segunda-feira (04/07), a influencer Luisa Marilac publicou um vídeo em seu perfil no Instagram relatando ter sofrido diversas ofensas transfóbicas dentro do espaço onde acontece a 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. A influencer relata ter sofrido com piadas e perseguição dentro do evento ao lado de uma amiga e que não deseja mais viver no Brasil.
“Este lugar é o lugar mais transfóbico que existe na face da terra. Vocês não têm noção o quanto a gente foi debochada, as pessoas apontam, duas meninas vieram andar do nosso lado, tirando sarro, então está aqui a minha indignação. Teve casos que eu falei com a Monique ‘vamos ignorar, porque se a gente for brigar com todo mundo que a gente encontra, vai ficar chato’”, declarou Luisa, que estava presente no evento para fazer algumas fotos do seu livro, batizado de “Eu, travesti”. “Nós entramos na Bienal, o tempo da gente virar, porque eu estava procurando o grupo Record pra pegar meu livro e fazer uma foto, o tempo da gente procurar a editora, foi praticamente virar o pavilhão e isso tudo aconteceu. Foi muito rápido, muito constrangedor”, relata.
Monique denunciou que sofreu perseguição de jovens que a pertubavam e riam, e que muitos adultos assistiram à cena e nada faziam, muitos ainda dando razão para os adolescentes, alguns em grupos escolares. “Há muito tempo que eu não me sinto tão constrangida em caminhar, em ser apontada, ouvir pessoas e molecada correndo atrás e tirando sarro como se a gente fosse de outro mundo, que lugar horrível. É um lugar que eu nunca mais ponho os meus pés“, ressalta. Após o ocorrido, Marilac conta que não pretende mais residir no país. “Tomei uma decisão. Vou ver se eu consigo asilo político fora do Brasil. Não quero mais ficar no Brasil. Tenho 44 anos, já lutei muito por essa minoria, por essa causa. Agora estou numa fase da minha vida que eu preciso de paz, de ter qualidade de vida, tô cheia de problemas de saúde, depois dos 40 apareceu pressão, tenho que cuidar de mim agora”.
O evento se manifestou no mesmo dia, publicando um comentário no vídeo da influencer. “Tomamos conhecimento do que aconteceu durante sua visita na Bienal Internacional do Livro de SP. Nos solidarizamos com você e com a Monique e ressaltamos que a Bienal tem por sua essência ser um espaço de máximo respeito às diferenças. Nossa programação é sempre pensada para garantir diversidade e inclusão sem nenhum espaço para qualquer tipo de preconceito e discriminação. Os nossos espaços estarão sempre abertos para as pessoas LGBTQIA+”.