Pai tem reação homofóbica e “arranca” quadrinho LGBTQIA+ da mão de filho durante a Comic Con Floripa

Um episódio de homofobia foi registrado na Comic Con Floripa, em Florianópolis, no último sábado (10/09). Em desabafo nas redes, o quadrinista Adriano Andrade, conhecido como Adri A., contou que um homem, ao perceber que o protagonista de sua história era LGBTQIA+, arrancou o livro das mãos do filho. Adri disse ter ficado desapontado com o episódio e que entendeu a situação como homofobia. 

O artista contou que o pai e o filho, um menino entre 8 e 10 anos, aproximaram-se da mesa onde estava o quadrinho de Adri A, “Cara-Unicórnio“. Segundo ele, o garoto parecia bastante interessado nos quadrinhos. No entanto, o pai teria começado a fazer uma série de perguntas ao autor, entre elas, se o livro era adequado para o filho. “Eu respondi que era uma obra mais apropriada para quem tinha a partir de 13 anos“, disse o artista. O pai continuou com as perguntas e questionou o autor sobre o que haveria no quadrinho que não seria adequado. O escritor respondeu que a obra tinha trechos de violência e palavrões. De acordo com Adri, isso não pareceu preocupar o pai, que continuou com as perguntas. 

O pai insistiu na pergunta, ‘se não tinha coisa de sexualidade’. Aí eu respondi que a obra tinha protagonismo LGBTQIA+“, contou o artista. Em seguida, conforme Adri, imediatamente o pai arrancou o quadrinho das mãos da criança e fez cara de repulsa. “Ele fez cara de nojo e arrancou o livro da mão do filho como se fosse algo venenoso“, relatou o artista. “Alguém pode até argumentar que era direito daquele pai decidir o que o filho dele deve ver ou não. Acontece que ele decidiu isso só pelo meu trabalho ter um protagonista gay… estava tudo bem ele falar palavrão e meter a porrada“, lamentou Adri.

Mexeu mais comigo do que eu imaginava que algo assim poderia mexer, e mais do que eu deveria permitir que mexesse”, afirmou o artista em publicação uma rede social.  “E agora estou chateado, ressentido e com raiva.” Apesar disso, o quadrinista disse que não pretende registrar boletim de ocorrência e levar o caso a outras instâncias.

A organização do Comic Con Floripa emitiu nota oficial repudiando “todo e qualquer ato de homofobia“. “Isto não é admissível, sobretudo em um encontro que congratula as artes e a diversidade“, afirma. A organização escreveu que não foi possível reconhecer o homem que praticou o crime. “Se descobrirmos, iremos relatar para a polícia”, garantiu a Comic Con Floripa.

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Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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