Ao menos 18 candidatos LGBTQIA+ foram eleitos em 2022; mulheres e negras são maioria

As eleições desse domingo (02/10) ficaram marcadas pelo recorde de pessoas LGBTQIA+ eleitas. Foram ao menos 18 parlamentares em todo o Brasil, segundo levantamento da plataforma VoteLGBT. O número é o dobro do último pleito, em 2018, quando nove candidaturas foram escolhidas.
Conforme levatamento da organização, entre os LGBTs eleitos, 16 são mulheres e 14 negras. Além disso, pela primeira vez, uma mulher trans e uma travesti vão ocupar uma cadeira na Câmara dos Deputados, com a vitória de Érika Hilton (PSol), em São Paulo, e Duda Salabert (PDT), em Minas Gerais. Outras duas candidaturas completarão a bancada LGBTI+ no Congresso: Daiana Santos (PCdoB), mulher lésbica eleita no Rio Grande do Sul, e Dandara (PT), bissexual e pedagoga de Minas Gerais.
Neste ano, o Psol foi o partido que mais elegeu representante LGBTQIA+, com nove candidaturas. O PT é o segundo com quatro candidaturas, seguido pelo PCdoB com três e PDT com dois. Os outros 14 candidatos conquistaram vagas nas câmaras estaduais e distrital. No Distrito Federal, Fábio Félix (PSol) bateu o recorde de deputado mais votado da história da Câmara do DF, com 51.792 votos.
“Esta é uma grande vitória para a democracia brasileira. Não há democracia sem diversidade. Mostramos que existimos na população, a cada Parada do Orgulho, e agora em números recordes também nas urnas e como eleitas. Somos diversas e temos capacidade de fazermos mandatos com políticas para todos e também para nós”, afirma Evorah Cardoso, integrante do VoteLGBT, ao portal Mídia Ninja. O mapeamento das candidaturas foi feito a partir da declaração dos postulantes na plataforma. A organização já havia registrado número recorde de candidaturas neste ano: 317 contra 157 nomes da última eleição.
“O sucesso das LGBT+ nas urnas é um recado bastante expressivo da população brasileira, que precisa ser lido dentro de um contexto maior, em que os eleitores mostram que querem não só mandatos diversos, mas também representativos, das pautas LGBT+, feminista, antirracista e indígena. Elegemos mandatos LGBT+ que são capazes de representar essas distintas pautas”, diz Evorah.