Crítica a novo álbum de Jão traz reflexão sobre adolescência tardia de LGBTs

“Super”, o novo álbum do cantor assumidamente bissexual Jão, além do enorme sucesso em seu lançamento com a segunda maior estreia da história do Spotify Brasil, o primeiro ainda é de Taylor Swift, trouxe uma polêmica envolvendo o tema de suas canções: as vivências tardias de pessoas LGBTs, que, pelos seus 30 anos, ainda dialogam como se tivessem 15.

O assunto ganhou força quando o jornal Estadão publicou sua crítica sobre o álbum: “O cantor de 28 anos se mantém em temáticas que ele próprio já deve ter ultrapassado. É difícil crer que esses sejam os temores e vivências de um artista em seus quase 30 anos (…) com sintetizadores e referências que miram no TikTok, o disco começa com a aura de um filme adolescente e acaba por esbarrar em vocais melodramáticos e letras caricatas: “Eu sou lindo e não entendo como alguém pode não me amar”.

Logo, seguidores saíram em defesa do cantor e trouxeram a discussão sobre as vivências de pessoas LGBT acontecerem tardiamente principalmente por passarem muito tempo dentro do armário, sendo oprimidos dentro e fora de casa, na escola, nas primeiras experiências profissionais e por ser exatamente perto dos 30 que tomam rédeas da vida e tem a chance de vivê-la.

Um seguidor relatou: “só conheci uma sogra pela primeira vez aos 34 anos, senti um frio na barriga, parecia um adolescente, amigos héteros já conhecem a mãe da namorada desde os 16 anos”. Outro disse: “Tem homens que beijam outros homens pela primeira vez após os vintes, e querendo ou não as sensações de adolescente se repetem por ser experiências novas mesmo que tardias”.

Em entrevista ao portal Queer, o psicólogo, mestrando no Programa de Estudos da Condição Humana pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Daniel Amancio, explica o conceito do fenômeno: “A adolescência tardia se caracteriza quando o comportamento emocional atribuído às idades de 12 aos 19 anos é vivido tardiamente. É um fenômeno muito observado na comunidade LGBTQIAP+, já que seus integrantes não têm a mesma liberdade de expressar suas identidades como pessoas não LGBT+”.

O novo álbum já tem turnê agendada, a “Super Turnê” tem estreia no dia 20 de janeiro no Allianz, em São Paulo, mas antes, ainda este ano, o cantor tem um encontro com os fãs no palco do The Town e deu spoiler: “Coisas gigantes estarão presentes. Vai ser um primeiro gosto do que vai ser a nova turnê”.

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