Ney Matogrosso diz que ser só uma letra na sigla LGBTQIA+ é viver numa prisão

O cantor Ney Matogrosso (82), que estará na abertura do The Town, em São Paulo, disse em entrevista à Folha de São Paulo que só firma um compromisso com a sua atitude libertária e que está atado ao presente e às mudanças comportamentais da sociedade. O ex-integrante do grupo Secos e Molhados também deu declarações sobre a comunidade LGBT+.

“Se você me perguntar o que eu sou nessas letras, não saberei te responder. Já fui tudo. Nos anos 1970, existia uma liberdade na praia, onde as pessoas se permitiam experimentar as coisas, mesmo que não fossem”, ele afirma. “É uma prisão, você ter de ser só uma letra. Sou várias letras. Só não sou todo o alfabeto, porque não sou assexuado (sic)”, disse o cantor.

O artista criticou também o julgamento sobre a liberação do porte de drogas para uso pessoal: “Ninguém vira maconheiro só porque é permitido. Em Nova York, você compra maconha em vans na rua. O Brasil não imita os americanos? Olha aí um exemplo”, disse Ney que já foi chamado de bolsonarista por criticar o governo Lula, mas afirma que jamais apoiaria Bolsonaro e que está feliz com o cenário atual.

Ney, que já deu declarações anteriores sobre a comunidade LGBT, como em 2019, quando disse que não carrega a bandeia, pois ele é a bandeira e que não era um gay, mas “uma pessoa”, avisou sobre o show no The Town: “Não estou ali para discursar, mas para cantar”, afirma, relembrando a primeira edição do Rock in Rio, em 1985, quando o intérprete enfrentou a resistência do público metaleiro que atirava ovos ao palco.

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